Temas em Análise 183: Inflação em Julho perde Força

INFLAÇÃO EM JULHO PERDE FORÇA

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho, o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida da inflação “oficial”, desacelerou fortemente, ao mostrar alta de 0,33%, ante 1,26% observada no mês anterior. Apesar disso, o IPCA acumulado em 12 meses, que aproxima a alta de preços anual, voltou a apresentar elevação mais intensa, passando de 4,39% para 4,48% (ver tabela abaixo), devido à baixa base de comparação de julho de 2017. Mesmo assim, esse resultado “anual” ainda permanece abaixo da meta anual de inflação (4,5%).

No mês, a principal contribuição para o resultado do IPCA veio dos reajustes da tarifa de
energia elétrica, enquanto os alimentos tiveram queda de preços (deflação), após intenso
aumento anotado em junho, em decorrência da greve dos caminhoneiros.

Por sua vez, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV), também apresentou forte desaceleração entre junho e julho, passando de 1,48% para 0,44%, respectivamente. A exemplo do IPCA, a base de comparação fraca do ano passado foi a grande responsável pela aceleração do resultado acumulado em 12 meses, que passou de 7,79% para 8,59% durante o mesmo período. Houve também pressão pelo lado das matérias primas industriais (IPA IND) e agrícolas (IPA AGRO), cujos preços se elevaram em função do aumento da cotação do dólar. No segundo caso, também continuou influindo a paralização dos transportes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em síntese, a inflação, tanto medida pelo IPCA como pelo IGP-DI, desacelerou em julho,
sugerindo que grande parte dos efeitos da paralização dos transportes sobre a alta do custo de vida já tenha se dissipado. Os aumentos de preços no atacado, principalmente no caso dos alimentos, podem pressionar o IPCA, durante os próximos meses, porém a expectativa é de que o Banco Central cumpra com o compromisso de manter a inflação na meta, viabilizando a manutenção da taxa básica no patamar atual (6,5%) até o final do ano.

Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal