Pesquisa realizada pela ACSP/PiniOn revelou que 35,9% dos entrevistados
pretendem comprar presentes no Dia dos Pais, enquanto 46,1% responderam que
não têm intenção de comprar presentes para a data, 18,0% responderam que
ainda não decidiram. Em relação ao ano passado, houve um leve aumento da
proporção dos que manifestaram intenção de compra, observando a diminuição do
percentual relativo aos que não pretendem adquirir presentes.
Do grupo de entrevistados que planejam presentar seus pais, 43,2% pretendem
gastar mais do que em 2022, enquanto 32,0% desejam o contrário. Em termos do
nível de despesa, a grande maioria (78,1%) pretende gastar entre R$ 50 e R$ 250.
A pesquisa também apontou que a maioria das compras continuaria sendo
realizada em pequenos estabelecimentos (42,4%), e de forma presencial, em lojas
físicas (60,9%).
Na tabela abaixo, estão as principais categorias de bens e serviços que fazem
parte da intenção de compra dos entrevistados (1.750), a nível nacional, assim
como se a forma de pagamento seria à vista ou parcelada. Vale lembrar que mais
de uma opção de presente pode ser escolhida por cada um dos consultados.
De acordo com a tabela, presentes de uso pessoal e de menor valor seguem
prevalecendo nas intenções de compra. E o pagamento à vista continua sendo o
mais utilizado nesta data. Roupas, calçados e acessórios continuam sendo os
itens de maior destaque (39,7%), embora ainda continue bem abaixo do registrado
durante os anos anteriores à pandemia (entre 60 e 70%).
Outros produtos e serviços aparecem também em destaque na pesquisa
ACSP/PiniOn: perfumes (28,7%), almoço em restaurante (17%), caneca e relógio
(10,3%). Itens como livro (3,7%) e chocolate/bombom (8,5%) e caixa de
ferramentas (6,1%), que estiveram em alta dois anos atrás, como reflexo do
período de isolamento social, continuaram mostrando forte redução de intenção de
compra.
Se manteve a tendência na diminuição das intenções de adquirir bens digitais, tais
como celular, computador, notebook e tablet, respondendo por 16,1% do total, o
que poderia ser explicado pelo menor crescimento da renda, alto grau de
endividamento das famílias e elevado custo do crédito. Por outro lado, na área de
serviços, a adesão ao almoço em restaurantes (17,0%) passou a predominar
sobre pedidos de delivery de refeição e cesta de café da manhã (16,2%), o que
reforça a volta aos hábitos de consumo que prevaleciam durante o período
anterior ao isolamento social.
Para Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão
Vidigal da ACSP, com exceção de computadores, notebooks e tablets, a
disposição a comprar de forma parcelada é notadamente menor. “Para a maioria
dos itens continua havendo preferência maior pela utilização de dinheiro em
espécie e cartões de débito, em relação a usar a modalidade do PIX - como forma
de pagamento à vista. Essa menor intenção de parcelamento das compras
poderia estar associada aos maiores juros e menor concessão de crédito por parte
dos bancos e instituições financeiras”.
O economista acrescenta que é possível concluir, em relação ao ano passado, o
fato da não observação de variações significativas nas intenções de compra para
o Dia dos Pais. “Trata-se do reflexo da deterioração do poder de compra das
famílias, devido ao menor crescimento da renda, juros altos e alto grau de
endividamento, num contexto de menor concessão de crédito. De qualquer forma,
a perspectiva em relação às vendas é mais favorável, quando comparado ao ano
passado, e deve favorecer o varejo mais tradicional, com mais vendas realizadas
em lojas físicas”, completa.
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Por ACSP