História

Estimulada pela riqueza do café, a cidade de São Paulo pulsava ao final do século 19. Pontos comerciais surgiam da noite para o dia no triângulo histórico formado pelas ruas Direita, 15 de Novembro e São Bento. A indústria despontava, as oportunidades de se fazer novos negócios atraíam empreendedores locais e estrangeiros.

Mas nem tudo era simples na vida do empresário de então. O crescimento acelerado da economia daquela protometrópole esbarrava nos serviços públicos arcaicos e nas leis antiquadas. Era preciso afinar a sintonia com o poder público.

Foi nesse quadro que em 7 de dezembro de 1894, no prédio de número 10 da rua da Quitanda, o empresário Antônio Proost Rodovalho fundava a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), tornando-se seu primeiro presidente.

No discurso de instalação da entidade, em 26 de janeiro de 1895, o primeiro secretário, José Duarte Rodrigues, expunha à elite paulista alguns dos objetivos da recém-criada agremiação. “... a Associação cria, entre o Estado e o indivíduo, forças coletivas, livres, que, por uma parte, dispensam o governo de intervenções, e por outro lado, desenvolve no mais alto grau o espírito de iniciativa... pois estamos acostumados a tudo esperar da ação dos governos”.

Lá se foram 130 anos, mas esse trecho de discurso que refletia os anseios da jovem ACSP poderia ser enxertado – sem perder a relevância – no discurso dos atuais dirigentes da entidade.

As lutas pela menor interferência do estado na atividade empresarial, a formação de cidadãos proativos, conscientes de seus direitos e deveres, são causas que se mantiveram atuais ao longo desse um século e duas décadas, e que hoje são traduzidas como lutas pela redução da burocracia, da carga tributária e pelo estímulo ao empreendedorismo.

O fato de as causas dos embates persistirem ao longo dos tempos não significa insucessos passados. Sugere que a capacidade para se criar dificuldade à atividade econômica não esmorece no país. Por isso a ACSP se mantém combativa.

Embora seja uma entidade municipal, sua atuação se estende ao estado e ao âmbito nacional, como mostram episódios marcantes de sua história.

Em 1919, durante a gripe espanhola, A ACSP equipou o Hospital Policlínica e colocou seus médicos à disposição da população.

Em 1924, quando São Paulo foi ocupada pelos militares rebeldes, organizou, junto com o prefeito Firmiano Pinto, a Guarda Municipal e o Corpo de Bombeiros para combater os saques e incêndios que ocorriam na cidade, abandonada pelas autoridades. 

Participou ativamente da Revolução de 1932, que lutava por uma nova Constituição e a volta da democracia, organizando a logística e a arrecadação de recursos para o esforço de guerra. 

Na ocasião, coordenou a campanha “Ouro para o Bem de São Paulo”, cujos valores arrecadados e não utilizados foram doados à Santa Casa. 

Assumindo a responsabilidade pela atuação dos empresários, o presidente da ACSP à época, Carlos de Souza Nazareth, foi preso e exilado, junto com outros líderes do movimento.

Antecipando-se ao setor público, a ACSP acompanhou o crescimento da cidade, descentralizando sua atuação por meio das sedes distritais, que hoje totalizam 15. 

No plano dos serviços, criou em 1914 o Departamento de Informações Cadastrais, para dar mais segurança às transações comerciais.  

Em 1924, editou o Boletim Confidencial, com as informações sobre inadimplência, que mais tarde se transformaria no Diário do Comércio, hoje eletrônico. 

Atendendo solicitação dos associados varejistas, criou em 1956 o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), o primeiro cadastro do tipo no Brasil e que se serviria de base para a estruturação da Boa Vista Serviços. 

 

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Por ACSP