São Paulo, 07 de março de 2022 - Os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia vão começar a ser sentidos no comércio do Brasil. A alta do petróleo, o aumento do câmbio, o encarecimento de produtos básicos como milho e trigo e a elevação do custo do frete para o transporte dos produtos, por conta do aumento do preço dos combustíveis, trarão reflexo direto para o bolso do consumidor.
O Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), prevê desaceleração das vendas no varejo. Só que, mesmo com esta situação, o crescimento anual do comércio está estimado em 1,6% comparado com 2021, ainda por conta do aumento da mobilidade urbana gerada pela vacinação em massa da população.
Como resultado do embargo do Ocidente aos russos, os consumidores também poderão notar, em pouco tempo, o aumento do preço de itens como peças de vestuário, calçados e cosméticos. É que estes necessitam de insumos provenientes do petróleo para produção. Mas não vai ficar por aí. Matérias-primas caras e preço alto para o transporte elevarão os custos de todas as mercadorias, mesmo as que não derivam desse insumo.
Além disso, inflação alta tende a uma elevação da taxa de juros. Esta também sofrerá aumento acima do esperado pelo mercado, provocando ainda mais dificuldade para o consumidor ter acesso ao crédito na compra de bens e produtos. A ACSP estima que a taxa de juros básica vá para além dos 12% neste ano. “A manutenção de um ciclo de alta da taxa Selic deverá desacelerar ainda mais a atividade econômica, mantendo a taxa de desemprego em patamares elevados”, analisou Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.
“O cenário de crescimento está mantido, até este momento, por conta da provável superação da pandemia ao longo do ano, e sob a hipótese de que o conflito na Ucrânia tenha rápida solução”, disse Ruiz de Gamboa. “Se os conflitos se prolongarem, no entanto, podemos ter impactos ainda maiores e esta expectativa de hoje já vai precisar ser revista”, complementou.
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Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 127 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.
Por ACSP