No segundo dia do 20º Congresso da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp), em Atibaia, o empoderamento feminino foi pauta na sala do Conselho da Mulher Empreendedora e Cultura (CMEC). Ana Claudia Badra Cotait, presidente do CMEC, destacou que as mulheres precisam olhar para si se quiserem ter sucesso no empreendedorismo. Para ela, a mulher é uma mola propulsora da economia e esse reconhecimento é necessário para que elas mudem a realidade e conquistem novos espaços de valorização.
Essa mudança de realidade começa com ações simples, como o cuidado com a saúde. Convidada da sessão, a médica gerontóloga, Débora Lee, explicou mais detalhes sobre o processo de envelhecimento da mulher para a compreensão dessa realidade. A especialista disse que o envelhecimento é a colheita de tudo o que plantamos durante a nossa vida, ou seja, "se quero ser uma velinha saudável, viver mais de 90 sem ninguém cuidando de mim, tenho que pensar em envelhecimento hoje", disse.
Fazer exercícios diários, ter uma alimentação saudável, cuidar da saúde mental e do estresse, não fumar e consumir pouco álcool também são dicas valiosas, segundo a médica. "Se sou uma jovem adulta que tenho um processo de vida mais saudável, terei uma velhice de sucesso", afirmou.
O equilíbrio entre a saúde física e espiritual também impacta na vida da mulher empreendedora. Clarisia Moniz Ramos, empreendedora social e presidente da UNACCAM (União e Apoio ao Combate ao Câncer de Mama), destacou que esse balanceamento está relacionado ao autoconhecimento. "Precisamos olhar para dentro de nós mesmas, fazer meditação, ter um momento para nós", refletiu.
A cobrança por políticas públicas de qualidade e de proteção à mulher é outro ponto que pode resultar na mudança da realidade. Quem reconhece isso é a ginecologista, mastologista e diretora da UNACCAM, Marianne Pinotti, que destacou que as orientações não passam só pela saúde. A médica aponta que os índices de feminicídio são vergonhosos, sendo necessário cobrar medidas governamentais para a queda nesses números. "Precisamos abrir o leque na defesa dos direitos da mulher dentro das áreas públicas e na iniciativa privada. Precisamos nos unir para garantir apoio às mulheres", alertou.
A importância dos bons modos e da comunicação pessoal
Além de conquistar novos espaços, as mulheres não podem perder áreas já conquistadas. A educação familiar, protocolos de etiqueta e o comportamento são padrões sociais dominados por mulheres e que hoje vem sofrendo deterioração. A influenciadora digital Fátima Scarpa mostrou como uma mulher que sabe se portar corretamente com situações cotidianas consegue dominar qualquer cenário.
"O mínimo que a gente dá para nossos filhos é a educação. Ter bons modos é importante. Ser gentil, cumprimentar as pessoas, não ser arrogante e até falar outros idiomas geram oportunidades de nos relacionar com outras pessoas. No mundo empresarial, isso faz toda a diferença", destacou Scarpa, antes de listar várias dicas práticas de higiene, atenção ao cliente, vocabulário, respeito e outros aspectos fundamentais da vida para uma plateia de mais de 500 mulheres empreendedoras. "A estupidez não nos leva a lugar nenhum", continuou.
E não existe empoderamento sem uma boa comunicação. Essa lição foi muito bem explicada por Cíntia Chagas, a professora "rica e famosa" que se tornou conhecida nacionalmente com seus vídeos cômicos na internet e com sua popular "aula na balada", encontro que promove com estudantes em preparação para as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
Com sua história de sucesso, Cíntia narrou como uma professora de português de Belo Horizonte iniciou um cursinho pré-vestibular após ser demitida 10 vezes e se tornou um fenômeno nas redes sociais e nos principais programas de entretenimento do Brasil.
Às empreendedoras reunidas na Sala CMEC durante o Congresso da Facesp, a professora também deu dicas valiosas de oratória, pontos importantes para melhorar a comunicação nos negócios. Postura, frases a serem evitadas, o que fazer com as mãos, construção do discurso foram alguns tópicos destacados.
Sobre o CMEC: Presidido por Ana Claudia Badra Cotait, o CMEC – O Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura atua como um fórum de referência de estudos, debates e inspirações à mulher empreendedora, além de desenvolver ações, campanhas e projetos sociais e culturais. Também atua como instrumento para que lideranças femininas discutam seus problemas e apresentem propostas que mobilizem a comunidade empresarial e a sociedade organizada. Atualmente existem mais de 300 conselhos da mulher em todo o Brasil.
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Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 128 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.
Sobre a Facesp: A Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo – FACESP – nasceu em 16 de setembro de 1963. Seu ideal, a harmonia e solidariedade entre os órgãos representativos das classes empresariais do Estado. Sua missão, sustentar, defender e reivindicar, perante os poderes públicos, os interesses e as aspirações coletivas das filiadas à entidade e desenvolver um sistema econômico, político, social e cultural pautado na liberdade individual e na livre-iniciativa. Tal organização mais estruturada permitiu a atuação alinhada e unida das associações comerciais, diante das necessidades da vida econômica, política e social do Estado de São Paulo e do Brasil.
No decorrer de seus 59 anos de existência, a FACESP foi protagonista de movimentos importantes para o empresariado comercial e industrial e para o bem comum. Agregando as Associações Comerciais paulistas nesse tempo, a entidade possibilitou o compartilhamento de problemas comuns e ações estratégicas conjuntas, participando e contribuindo para ações decisórias importantes nos âmbitos federal, estadual e municipal, em benefício do empresário brasileiro. Em vários momentos da nossa história, teve papel pioneiro e protagonista na construção de mudanças que visavam a um mundo melhor, assumindo posições importantes em defesa das micro e pequenas empresas, da livre-iniciativa, da democracia, da simplificação do sistema fiscal, das reformas tributárias, da responsabilidade fiscal, do repúdio à corrupção, entre outras.
Ao olhar para esses 59 anos é possível perceber que passado e presente norteiam o futuro, sendo de extrema importância acompanhar sua trajetória e compreender o seu papel de agente propulsor.
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