Temas em Análise 231: Inflação Aprofunda Desaceleração em Junho

INFLAÇÃO APROFUNDA DESACELERAÇÃO EM JUNHO

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa a medida oficial de inflação, aprofundou sua desaceleração em junho, com alta mensal de apenas 0,01%, e no acumulado em 12 meses de 3,37% (ver tabela abaixo), bastante abaixo da leitura anterior (4,66%) e da meta anual perseguida pelo Banco Central (4,25%).

Essa desaceleração se explica pela redução dos preços (deflação) dos alimentos, devido ao aumento da oferta de produtos agrícolas, beneficiada pelas melhores condições climáticas, pela redução dos preços dos combustíveis e pelo fraco crescimento do consumo. Contudo, também pesou de forma importante a elevada base de comparação do IPCA registrado em junho de 2018, afetado de forma importante pela greve dos caminhoneiros.

O mesmo “efeito base”, junto com a descompressão dos preços das matérias primas industriais (IPA IND), em linha com as menores cotações do dólar, explicam oarrefecimento observado, no mesmo mês, na variação em 12 meses Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que recuou de 6,93% para 6,04%. Esse arrefecimento, entretanto, foi inferior ao registrado pelo IPCA, pois, os preços das matérias primas agrícolas (IPA AGRO), apresentaram aceleração, causada pelas intensas altas dos preços da soja e do milho, decorrentes da “quebra” de safra da produção norte-americana.

 

 

Em síntese, a inflação oficial converge para nível abaixo da meta anual, resultado que deve manter-se ao longo dos próximos meses, devido à fraqueza da atividade econômica, às baixas expectativas de inflação e à descompressão dos preços das matérias primas em geral. Criam-se, portanto, condições favoráveis à flexibilização da política monetária, à medida em que a Reforma da Previdência avance no Congresso.

Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal