Brasil já é um dos maiores exportadores de alimentos e pode ser o supermercado do mundo

São Paulo, 19 de março de 2024 - A reunião do Conselho do Agronegócio, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), recebeu nesta segunda-feira (18) o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), João Dornelas. O convidado foi recepcionado pelo coordenador do comitê, Cesário Ramalho, e, em seguida, o presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, saudou o palestrante dizendo que as reuniões do Conselho do Agro “têm sido fundamentais para mantermos nosso otimismo”.

Dornellas abriu sua participação falando da importância da ACSP e parabenizando a entidade pela sua trajetória. Em seguida, fez uma apresentação detalhada sobre o setor da indústria alimentícia no Brasil. A ABIA tem 38 mil empresas associadas, sendo, em sua maioria, 94% de micro e pequenas empresas que processam 61% do alimento produzido no campo. Elas geram dois milhões de empregos e chagam a produzir 270 milhões de toneladas de alimentos, exportando para 190 países. O presidente da ABIA avalia que “considerando os números, no Brasil não faltam alimentos. Na verdade, falta renda que permita o acesso de todos aos alimentos”.

Mas a indústria também tem outros desafios, segundo Dornellas. A questão do processamento ou do ultraprocessamento dos alimentos são etapas que garantem segurança e biodisponibilidade de nutrientes, além de transformar, selecionar, acondicionar e distribuir os alimentos.

No entanto, Dornelles lembra que o processamento tem sido o vilão nos últimos anos. “O processamento de alimentos existe há milhares de anos, desde que o homem abandonou o estilo de vida nômade e aprendeu a plantar e produzir alimentos como o pão”. Ele acrescenta que existe uma narrativa contra o processamento de alimentos pela indústria, o que não se justifica num país em que muitas pessoas ainda passam fome. “Obesidade é, sem dúvida, um problema, mas é resultado da falta de alimentação equilibrada e vida sedentária”.

O executivo questiona a tabela nutricional utilizada no Brasil que divide os alimentos em In Natura, Processados e Ultraprocessados. Ele acrescenta que na produção de alimentos é utilizado um número grande de ingredientes que não necessariamente afetam nossa saúde. “Está claro que temos que evitar açúcar e sal em excesso, por exemplo, mas, por outro lado, as tecnologias utilizadas pela indústria, no processamento de alimentos, têm um papel fundamental para preservá-los e reduzir bactérias. Isso é ciência e tecnologia a serviço do consumidor. Acho, portanto, um absurdo a ideia de cobrar mais impostos dos alimentos por conta do processamento”.

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Por ACSP