Ministra Diana Mondino visita ACSP e se reúne com representantes de agências de fomento

São Paulo, 18 de abril de 2024 - Em sua primeira visita oficial ao Brasil, Diana Mondino, ministra de Relações Exteriores e Comércio Internacional da Argentina, esteve na quarta-feira (17) na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Na ocasião, a chanceler se reuniu com representantes de agências de fomento, além de outras autoridades, para debater ações que incentivem as relações comerciais do Brasil e do Estado de São Paulo com a Argentina.

Acompanhada do Secretário de Relações Econômicas Internacionais, Embaixador Marcelo Cima, e do Cônsul Geral da Argentina em São Paulo, Luis María Kreckler, Diana Mondino foi recepcionada, no gabinete da presidência, por Roberto Mateus Ordine e Alfredo Cotait Neto, presidentes da ACSP e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (FACESP), respectivamente.

Mondino reforçou o desejo do trabalho conjunto entre as duas nações, além de falar das reformas econômicas e de Estado que o governo argentino vem tentando implantar. "Espero que possamos trabalhar juntos como parceiros. É fácil explicar porque a Argentina não pode continuar gastando dinheiro que não tem, com uma economia fechada e com as crianças sem ir à escola", disse. "Há algo que nós temos muito claro, que não se pode exportar sem importar e sem qualidade suficientemente boa para que outro país queira comprar".

Sobre o Mercosul, a chanceler defende a união entre os países que compõem o bloco. “O Brasil é maior e mais próspero do que os outros três países juntos. Mas em vez de ficarem com ciúmes do crescimento do Brasil, os outros três países perceberam que precisamos nos integrar. O Uruguai tem isso muito claro, o Paraguai também, e, finalmente, nós. Então, o Brasil pode puxar todos para um crescimento. Nós precisamos trabalhar juntos, e temos um grande mercado para explorar”.

Em seguida, foi realizada, na Plenária da ACSP, uma reunião de trabalho entre a comitiva e representantes de entidades de comércio exterior de São Paulo. Para Alfredo Cotait Neto, “a Argentina é um parceiro muito importante, e esse encontro é uma grande oportunidade que temos para estreitar relações. Realizaremos uma missão comercial no Egito e gostaríamos de agregar empresas argentinas nesse evento”.

Em sua apresentação, Mondino reafirmou a intenção de ter uma relação comercial cada vez mais próxima com o Brasil. “Acreditamos que temos uma grande oportunidade para trabalhar em conjunto, ambas as nações, as empresas, em um projeto que permita o crescimento de todos”.

Em seguida, a chanceler explicou as medidas que a administração do presidente Javier Milei pretende executar para melhorar a vida dos argentinos. “Como vocês sabem, a Argentina enfrenta uma situação macroeconômica extremamente ruim. Estamos em um novo governo, tentando reduzir a inflação, o déficit, abrir a economia, eliminar a emissão monetária, pagar as dívidas, desregulamentar a economia e, acima de tudo, permitir que cada empresa, cada pessoa, possa ter sua própria atividade sem que seja delimitada ou definida pelo governo. Isso representa uma mudança em muitas áreas e em muitos aspectos”.

A ministra ainda afirmou que “o aspecto econômico é o mais evidente, mas acreditamos que haverá muito mais liberdade também em aspectos sociais, culturais, educacionais, esportivos, e isso tornará a sociedade mais dinâmica”.

Mondino destacou que o objetivo é mudar a relação entre o Executivo e empresariado. “Nossas empresas, pequenas ou grandes, até agora estavam restritas por uma situação econômica em que o governo decidia o que poderia ser vendido, a que preço, para quem, quando se poderia cobrar e pagar, isso com o setor externo ainda mais complicado. Estamos removendo muitas dessas regulamentações. O objetivo é eliminá-las todas”.

A agenda bilateral iniciou na última segunda-feira (15), em Brasília, onde Diana Mondino teve encontros com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, oportunidade em que discutiram, entre outros temas, o fortalecimento do Mercosul, a ampliação do comércio e acordos comerciais.

Comércio bilateral

A corrente de comércio entre Brasil e Argentina somou, em 2023, US$ 28,7 bilhões, movimentando US$ 16,7 bilhões em exportações e US$ 12 bilhões nas importações. No ano passado, os argentinos fecharam como o terceiro maior parceiro brasileiro, atrás apenas dos EUA (2º) e China (1º). Já o intercâmbio comercial entre o Estado de São Paulo e a Argentina registrou US$ 8,6 bilhões, com US$ 6,7 bilhões em exportações e US$ 1,9 bilhão em importações.

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Por ACSP