Presidente da Embrapa adianta próximos caminhos da pesquisa agrícola no Conselho do Agro da ACSP

 

São Paulo, 18 de julho de 2023. A presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvia Massruhá, foi a convidada da reunião do Conselho do Agronegócio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizada nessa segunda-feira (17), em formato híbrido, na sede da entidade. Coordenado por Cesario Ramalho, o Conselho do Agro da ACSP tem como objetivo propor reflexões, que possam endereçar políticas públicas e modelos de desenvolvimento, para o agro brasileiro.

 

Na reunião, liderada pelo presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, a presidente da Embrapa apresentou os próximos caminhos da pesquisa agrícola no Brasil, destacando as prioridades da agenda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a qual está completando 50 anos. Maior referência em Ciências Agrárias do País, a instituição desenvolveu tecnologias que contribuíram de maneira decisiva para moldar o modelo tropical de produção agrícola, responsável pela alavancagem da evolução do agro nacional.


Autossuficiência em trigo e descarbonização da agricultura

Já na abertura, Massruhá deu uma informação de impacto, afirmando que em, no máximo 5 anos, o Brasil será autossuficiente em trigo. Dos quatro principais grãos cultivados globalmente (soja, milho e arroz), o cereal é o único que o Brasil ainda importa em grande volume. Nos últimos anos, devido exatamente à inovação em pesquisa agrícola promovida pela Embrapa, o cultivo do trigo está expandindo-se do Sul para regiões mais quentes, como o Cerrado e até o Nordeste, o que vem, consequentemente, elevando a produção.

 

Em sua exposição, a presidente da Embrapa discorreu sobre assuntos prioritários da pesquisa agrícola no Brasil, em particular as iniciativas de sustentabilidade, com foco na descarbonização da agropecuária, por meio do desenvolvimento de insumos verdes, técnicas de manejo e sistemas produtivos. Nesta temática, elencou o avanço da Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e as tecnologias direcionadas à produção de soja e carnes "carbono neutro".

 

Neste aspecto, Massruhá pontuou que “a Embrapa está trabalhando no desenvolvimento de métricas e indicadores, com base em critérios científicos reconhecidos internacionalmente”. Para a presidente, é importante que os dados oficiais obtidos sejam capazes de comprovar a sustentabilidade do agro brasileiro.


Tendências e desafios

No que diz respeito a outras tendências tecnológicas, a presidente apontou ainda que a instituição também direciona esforços para digitalização, transição energética, bioeconomia, nanotecnologia, edição genômica, bioinsumos, entre outros. "Queremos trazer a pesquisa de maneira mais célere para o produtor, sobretudo o pequeno e médio, atuando também com assistência técnica e extensão rural."

 

Ademais, entre os desafios, a presidente da Embrapa lembrou o sempre recorrente gargalo do financiamento público para pesquisa e a necessidade de atrair novos talentos para o quadro de cientistas da empresa. "Temos desenvolvido parcerias com a iniciativa privada, mas este modelo precisa ser aperfeiçoado, a fim de gerar mais retorno. Em relação aos recursos humanos, muitos pesquisadores estão se aposentando e estamos sem concurso há mais de uma década, fato que, obviamente, dificulta a reposição."

 

No encerramento, o coordenador do Conselho, Cesario Ramalho, acentuou: "a Embrapa é um orgulho para o Brasil. Com suas tecnologias, nossa agricultura se tornou campeã em produtividade, fazendo cada vez mais com menos."

Vejas as fotos do encontro:

https://bit.ly/43wn7G7

 

Por ACSP