Reunião do CCIBER debate governança de IA no comércio

Na quinta-feira (3), o Conselho de Segurança Cibernética e de Dados Pessoais (CCIBER), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), recebeu, na sede da entidade, Marcelo Fonseca Santos, advogado na área de Direito Digital e Tecnologia, que palestrou sobre "Governança de Inteligência Artificial no Comércio". A reunião foi conduzida por Luiz Augusto Filizzola D´Urso e Luiz Flávio Filizzola D´Urso, coordenador e coordenador-adjunto, respectivamente.

No evento, foi discutida a importância do gerenciamento de informações visando a segurança digital e o bom funcionamento da inteligência artificial (IA), especialmente em relação ao comércio e varejo. O palestrante também abordou os desafios e as oportunidades com a implementação da IA, incluindo aspectos como regulamentação, governança e privacidade de dados.

Sobre o impacto no comércio, Santos apontou que a inteligência artificial pode ajudar significativamente na interação com os consumidores, possibilitando a personalização de produtos e serviços ao analisar os dados comportamentais do cliente para oferta de produtos que atendam às suas preferências.

“Ele pode usar a inteligência artificial para observar um padrão de comportamento, por exemplo, de uma figura pública ou alguma tendência que ele pode analisar antes de colocar o produto para o varejo”, aponta Santos.

O palestrante destacou também que a IA pode contribuir com os varejistas na análise de mercado, ajudando a entender as demandas específicas de diferentes regiões. “Ela [IA] pode fazer uma análise de experiência e jornada do consumidor para saber, por exemplo, se eu lançar um produto x na região Sul, talvez não tenha o mesmo apelo de venda da região Norte”. Outra contribuição possível mencionada foi a melhora na jornada do consumidor, com a inteligência artificial proporcionando um atendimento mais ágil e personalizado.

Sobre as ameaças do uso de IA, Santos falou sobre o risco de decisões equivocadas a partir da análise de dados imprecisos ou enviesados, o que pode levar a tomar decisões empresariais equivocadas ou prejudiciais. Outra questão citada que merece atenção é a possibilidade de a inteligência artificial discriminar grupos de pessoas com base em características como gênero ou localização. “Quando a máquina decide, ela estabelece parâmetros que podem estar com problemas, com vieses que podem causar discriminação. Posso, de repente, negar um financiamento para uma pessoa que é excelente pagadora”.

Santos ressaltou que a falta de políticas claras de governança para a IA pode resultar em mau uso da tecnologia, levando a problemas éticos e legais. “Quando a gente fala em governança de inteligência, estamos falando em eu conseguir entender quais efeitos e os riscos que podem advir dessa tecnologia pelo mau uso”.

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Por ACSP - 03/04/2025