São Paulo, 4 de setembro de 2023. Nesta segunda-feira, 4 de setembro, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) recebeu em sua sede a Senadora Tereza Cristina para palestra aos empreendedores associados, diretoria e conselhos da entidade.
O presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, abriu a palestra dando as boas-vindas à Senadora e enaltecendo a importância do diálogo a respeito do Acordo Mercosul - União Europeia, pauta na qual Tereza Cristina vem participando ativamente, desde à época em que foi Ministra da Agricultura, entre 2019 e 2022.
O tratado em questão foi assinado pelos blocos em 28 de junho de 2019, mas ainda necessita ser ratificado. Os países do Mercosul questionam as exigências ambientais impostas pela UE em documento adicional ao acordo, batizado de side letter. O bloco deve enviar uma contraproposta aos pares europeus até 17 de setembro.
Compuseram a mesa de diálogo, o presidente da FACESP – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo e da CACB - Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, Alfredo Cotait Neto; o coordenador do COPS - Conselho Político e Social, Heráclito Fortes; e o Secretário Estadual de Relações Internacionais, Lucas Ferraz.
A senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), criticou a posição do governo federal em relação ao acordo entre Mercosul e União Europeia. "Temos um paradoxo. Acho que o governo atual não quer esse acordo. Estamos usando desculpas para que esse acordo não siga em frente", afirmou a senadora.
A ministra lembrou que, além do Brasil, o Paraguai e a Argentina também discordam da abertura das compras governamentais dos países para acesso pelas empresas europeias, apesar de o Uruguai concordar.
"A nova lei ambiental da UE que proíbe importação de produtos com desmatamento, seja ilegal ou legal, é uma intromissão na nossa legislação, pois já temos o Código Florestal mais rígido do mundo. Não estamos lá dizendo que a UE não está fazendo a transição energética que disseram que fariam. Não podemos deixar que ataquem a nossa soberania", defendeu Tereza Cristina.
Na avaliação da ex-ministra, o acordo trará ganhos de qualidade aos produtos agropecuários brasileiros por estarem de acordo com a "régua" europeia. "Quando o acordo for implementado, liberamos 80% das exportações do agro para o mercado europeu. Temos 15 anos para adaptações de embalagens e para melhoria nos produtos de maior valor agregado para exportar à UE. Além disso, ganharíamos investimentos em infraestrutura", defendeu.
A ex-ministra afirmou ainda que espera que os blocos concluam o acordo até o fim do ano. "Espero que percebam que a questão das compras governamentais não é tão ruim e que o acordo possibilitaria que os dois blocos negociem mais abertamente. Acho que, se não superarmos o impasse, corremos risco de morrer na praia, o que é ruim para a imagem internacional do Brasil porque abre o precedente de que o País não cumpre acordos", concluiu a senadora.
Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias é engenheira agrônoma, empresária e política brasileira filiada ao Progressistas. É Senadora e foi Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil entre 2019 e 2022, além de Deputada Federal entre 2015 e 2023.
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Por ACSP
