Temas em Análise 292: Varejo Prossegue em Retomada em Outubro, com Perspectivas de Crescimento em 2020

VAREJO PROSSEGUE EM RETOMADA EM OUTUBRO,
COM PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO EM 2020

 

Em outubro, o varejo restrito (que não inclui veículos e material de construção) registrou alta de 8,3% sobre o mesmo mês de 2019 (ver tabela na segunda página), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado, mesmo contando com dois dias úteis a mais, veio acima das expectativas de mercado (6,7%), e superou a expansão registrada em setembro, como mostra o Gráfico 1. O varejo amplo (que inclui todos os setores), mostrou elevação de 6,0%. Nos acumulados de janeiro a outubro e em 12 meses, houve crescimento de 0,9% e 1,3%, no varejo restrito, enquanto no ampliado, se registraram quedas de 2,6% e 1,4%, respectivamente.

No comparativo anual, o isolamento social e o home office continuaram a impulsionar as vendas de móveis e eletrodomésticos, artigos farmacêuticos, bens de uso doméstico e supermercados. Por outro lado, o recuo no ramo de artigos de escritório e de informática reflete os impactos negativos da maior cotação do dólar, enquanto a diminuição da contração no segmento de tecidos, vestuários e calçados parece estar associada à flexibilização das regras de isolamento social, e, portanto, ao maior afluxo de consumidores nas lojas físicas. No caso do varejo ampliado, enquanto o volume comercializado de veículos ainda apresentou retração, as vendas de materiais de construção seguiram em aumento, também influenciadas pela maior permanência das famílias em seus lares.

Esse ciclo de recuperação do varejo poderia ser explicado fundamentalmente pelo impacto positivo do auxílio emergencial, que mesmo menor, continuou sendo responsável pela elevação dos rendimentos auferidos no mercado de trabalho. Também contribuíram as menores taxas de juros, a flexibilização das medidas de isolamento social e a tendência de aumento da confiança do consumidor, de acordo com o Índice Nacional de Confiança do Consumidor (INC), medido pela pesquisa realizada em conjunto pela Associação Comercial de São Paulo e a startup Behup.

 

 

 

Em síntese, o varejo em outubro seguiu em trajetória de recuperação, embora com comportamento heterogêneo entre os diferentes segmentos. Essa tendência deveria ser mantida durante os dois últimos meses do ano, com a continuidade da concessão do auxílio emergencial, a proximidade do início da vacinação contra a Covid-19 e a manutenção da taxa SELIC no reduzido patamar atual.

A projeção para as vendas do varejo restrito, realizada pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), construída com base nos dados de juros, crédito à pessoa física, massa salarial ampliada disponível e Índice Nacional de Confiança do Consumidor, indica manutenção da retomada em novembro e dezembro, terminando 2020 com crescimento ao redor de 2,7% (Gráfico 2).

 

Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal