São Paulo, 29 de março de 2019. Em março, a confiança do consumidor que mora no Sudeste brasileiro marcou 99 pontos, uma queda de sete pontos em relação a fevereiro (106), segundo o Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O indicador varia entre zero e 200 pontos; o intervalo de zero a 100 é o campo do pessimismo e, de 100 a 200, o do otimismo. A margem de erro é de três pontos. Assim, o Sudeste voltou para o campo pessimista.
“A região é fortemente dependente de suas indústrias, esse é o perfil econômico do Sudeste. Dois fatores afetaram o setor e, em consequência, a confiança do consumidor: as sequelas da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, estado com indústria extrativista pujante; e o fechamento da Ford em São Bernardo do Campo, com efeitos nefastos sobre o município e a região”, pontua Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O INC do Nordeste também recuou sete pontos na passagem de fevereiro (82) para março (75). Alfieri avalia que a população local pode estar temerária quanto à continuação dos programas sociais do governo ? a região concentra a maior parcela dos cidadãos de menor renda. O forte desemprego também contribui para o maior pessimismo.
Por outro lado, o INC do grupo das regiões Norte/Centro-Oeste saltou 16 pontos entre fevereiro (85) e março (101), adentrando no campo otimista. “A agropecuária está sendo beneficiada pelo período de chuvas”, lembra o economista. No Sul, o indicador variou dentro na margem de erro, com 122 pontos em fevereiro e 124 em março.
Classes
A insegurança quanto aos programas sociais e o desemprego em alta levaram a uma piora de cinco pontos do INC do grupo de classes DE na passagem de fevereiro (83) para março (78). O desemprego também pode ter puxado a retração de seis pontos na confiança da classe C, que chegou à zona neutra em fevereiro (100 pontos) e agora caiu para 94 pontos. Na contramão, a confiança da classe AB subiu sete pontos entre fevereiro (98) e março (105), entrando no campo otimista do indicador.
Brasil
Em março, a confiança do consumidor brasileiro como um todo oscilou dentro da margem de erro e registrou 96 pontos, após marcar 98 em fevereiro e 103 em janeiro. “Queda de confiança é um fenômeno normal no começo do ano e já esperada em inícios de mandato. Passada a empolgação da posse, as pessoas voltam a se deparar com os problemas, entre eles o desemprego”, diz Alfieri.
“O brasileiro segue cauteloso e decepcionado com a lentidão da retomada do emprego e da economia. Emprego precisa ser a área prioritária do governo”, finaliza o economista. “Vale ressaltar, contudo, que o nível da confiança hoje, de 96 pontos, é quase 20 pontos superior ao de março do ano passado (77 pontos), e o governo deve usar esse momento de alta popularidade para encaminhar as reformas”.
A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 20 de março sob coordenação do Instituto de Economia Gastão Vidigal/ACSP com base em 1.200 entrevistas em todas as regiões do País.
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Ana Cecília Panizza
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Por ACSP