ACSP: confiança dos consumidores paulistas se mantém estável em julho, mas patamar é pessimista

São Paulo, 29 de julho de 2022 - A confiança do consumidor paulista se manteve estável em julho, com 88 pontos, mas em patamar pessimista. É o que revela o Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP), recorte estadual do indicador nacional elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP) em conjunto com a PiniOn. Na comparação com igual mês do ano passado, o dado apresentou elevação de 14,3%.

Considerado o cenário sem pandemia, o ICCP retraiu 6,5% comparado com igual mês de 2019. Apesar disso, na avaliação do economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, o indicador apresenta tendência de crescimento desde maio do ano passado.

A exemplo do caso do indicador nacional, a percepção negativa das famílias sobre a situação financeira atual e emprego continuou presente. Por outro lado, de acordo com o ICCP, foi registrado aumento da segurança no emprego. A expectativa sobre o comportamento da economia brasileira permaneceu elevada e ascendente.

Essa percepção negativa entrevistados na pesquisa apontou menor disposição dos consumidores paulistas para adquirirem itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, tais como geladeira e fogão.

Se analisadas as classes socioeconômicas, o ICCP registrou aumento na confiança das famílias residentes no Estado de São Paulo pertencentes às classes AB e DE, enquanto a classe C foi observada leve redução.

Consumidor paulistano

Pela primeira vez, a pesquisa permitiu construir um Índice de Confiança do Consumidor da Cidade de São Paulo (ICCSP). O indicador marcou 85 pontos em julho. Nesse contexto, o ritmo de recuperação da confiança dos consumidores paulistanos está em patamar mais otimista do que os paulistas para o mês.

A pesquisa permitiu ao IEGV/ACSP, retroagir o ICCSP a julho de 2019, observando-se redução de 4,5%, o que também sugeriria que o nível de confiança dos paulistanos permanece abaixo do existente no período pré-pandemia.

A percepção com relação à situação atual e as expectativas futuras são bastante parecidas com as registradas para o ICCP, porém com quedas na predisposição a investir no futuro e na segurança no emprego.

A evolução da confiança dos consumidores da cidade de São Paulo, distribuída por classes socioeconômicas, reflete a percepção do indicador estadual em que as classes AB e DE estão mais confiantes e a classe C menos confiante.

“Os resultados do ICCP e do ICCSP de julho seguem trajetória similar ao Índice Nacional de Confiança (INC), com recuperação da confiança baseada principalmente na melhora das expectativas sobre a situação financeira durante os próximos meses”, explica Ruiz de Gamboa.

Para os próximos meses a expectativa segue em ritmo ascendente, principalmente pelo aumento da ocupação, pela injeção de recursos relativos ao FGTS, antecipação do 13.º e Auxílio-Brasil e pela ampliação da margem de crédito consignado.

“Em todo caso, tanto no Estado de São Paulo como na capital, os consumidores se mantêm cautelosos, com índices de confiança ainda no campo pessimista e inferiores ao período pré-pandemia”, finaliza o economista.

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Por ACSP