ACSP e demais entidades discutem soluções para recuperação do Líbano

São Paulo, 06 de julho de 2021 – A recuperação econômica do Líbano, por meio da criação de um Fundo de Segurança (Trust Fund), foi tema de um encontro sediado hoje (6/7) pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A iniciativa do fundo é do governo libanês e conta com o apoio do governo brasileiro.

Dez meses após a explosão do Porto de Beirute, capital do Líbano, que deixou ao menos 163 mortos e mais de 6 mil feridos, o país vê seu Produto Interno Bruto (PIB) encolher 19%; inflação em 119% ao ano; a desvalorização da moeda nacional e demissões em massa. Segundo o Banco Mundial, esta é uma das piores crises econômicas do mundo desde 1850. O banco ainda prevê encolhimento de 9,5% este ano.

Após uma breve apresentação sobre as dificuldades do país feita pela embaixadora do Líbano no Brasil, Carla Jazzar, os participantes do evento discutiram como viabilizar com mais celeridade a ajuda para “salvar o país”.

De acordo com uma pesquisa autodeclaratória, feita pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em julho do ano passado, 11,6 milhões de brasileiros são descendentes de árabes: destes, 27%, ou 3,1 milhões, são especificamente libaneses. O Brasil tem, portanto, a maior comunidade fora do Líbano.

O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alfredo Cotait Neto, pediu, em nome do embaixador do Itamaraty, Sidney Romero, a isenção de impostos nos casos de ajuda humanitária. “Fizemos um esforço coletivo e na hora de enviar os recursos para os hospitais necessitados, 35% fica retido como imposto. Não está correto. Temos que ter uma regulamentação específica para garantir a isenção de impostos”.

Cotait frisou também que a ACSP está à disposição para ajudar em mais ações humanitárias. “Temos um grupo de deputados na Câmara que está trabalhando para fazer emendas para três grupos específicos de ações que o Brasil está fazendo agora no Líbano. Temos que realmente nos unir para ajudar o nosso Líbano”.

Romero, por sua vez, salientou os esforços do governo brasileiro para socorrer o Líbano. Entre elas a ajuda humanitária enviada logo após a explosão em Beirute e a criação de uma pauta mais robusta de investimentos, com objetivo de aumentar a presença empresarial de brasileiros na economia libanesa. “Os governos brasileiros e libanês têm acionado interlocutores políticos diplomáticos e atores do setor privado para impulsionar os laços comerciais e de investimentos entre os países”, afirmou.

Romero lembrou também que desde 2014, com a chancela de um acordo de cooperação econômica, os dois países têm avançado nas negociações para a assinatura de livre comércio. “O governo brasileiro está seguro de que o acordo gerará benefícios mútuos porque facilitará a entrada de produtos de nicho cuja fabricação impulsionará os complexos industriais de cada país”.

Participaram do encontro, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do estado de São Paulo (Facesp), Alfredo Cotait Neto; o embaixador do Itamaraty Sidney Leon Romeiro, diretor do departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores no Brasil; O ex-presidente Michel Temer; o cônsul geral do Líbano em São Paulo, Rudy El Azzi, o embaixador Osmar Chohfi, presidente da diretoria da Câmara de Comércio Árabe Brasileira; o presidente da Federação Muçulmana do Brasil (FAMBRAS), Mohamad El Zoghbi,  o diretor da Câmara de Comércio Brasil Líbano (CCBL), Guilherme Mattar, o secretário Geral da CCAB, Temer Mansour; o presidente do Clube Atlético Monte Líbano, Marcos Zarzur, o presidente da Diretoria do Esporte Clube Sírio, Marcos Demetrio Haik,            o embaixador Affonso Massot, o presidente da Tv Cultura, José Roberto Maluf entre outros.

O foi transmitido ao vivo nos canais da ACSP no YouTube e no Facebook.

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Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 126 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.

Por ACSP