São Paulo, 05 de maio de 2021 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na noite desta quarta-feira (dia 05) a elevação da taxa básica de juros de 2,75% para 3,5% ao ano. O aumento já era esperado pelo mercado financeiro. A ata da última reunião, que ocorreu em março, já projetava que haveria um reajuste dentro desta margem.
Segundo Marcel Domingos Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a decisão do Copom de elevar a Selic, embora a atividade econômica ainda esteja muito fraca, deveu-se à preocupação com a aceleração da inflação que vinha ocorrendo nos últimos meses. “Não dava para segurar”, disse. “E foi feita de maneira fracionada para que não abalasse o mercado financeiro”, emendou.
Este aumento da inflação registrado nos últimos tempos foi puxado pelos preços dos produtos exportáveis, por conta da alta taxa do câmbio, e pelos preços administrados (energia elétrica e combustíveis, por exemplo). “Como o consumo das famílias ainda está fraco, não há muito sentido novas altas inflacionárias”, afirmou. “A tendência, inclusive, é que a inflação caia levemente nos próximos meses.”
Para Solimeo, o Banco Central também deu, de certa forma, um recado ao Congresso Nacional e ao Poder Executivo de que há necessidade e urgência para implementações de medidas de ajustes fiscais que sejam verdadeiramente efetivas. “Apenas com o restabelecimento da confiança na área fiscal é que se poderá fazer reverter a desvalorização cambial que se constitui em um dos responsáveis pela elevação dos preços”, disse.
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Por ACSP