Aumentar o número de mulheres no setor de Tecnologia envolve despertar interesse e promover capacitação

"Precisamos fazer com que as meninas passem a estudar, experimentando essas novas tecnologias", pontuou Lindália Junqueira, embaixadora Women in Tech no Brasil durante o Women Entrepreneur Forum (WeForum), um dos maiores encontros globais de mulheres empreendedoras e CEOs, organizado pelo CMEC (Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura), CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil) e WICCI (Women’s Indian Chamber ofCommerceandIndustry).

Lindália se referia a como ampliar a participação feminina no setor de tecnologia e inovação com base nos dados de uma pesquisa realizada pela Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais) que revelou haver mais de 270 mil vagas abertas na área de TI no Brasil. "Somente 20% da base de mulheres estão nesse setor.  Estamos perdendo R$ 167 bilhões em receita por não ocupar essas vagas", destacou.

Para ela, é necessário aproveitar as oportunidades de mercado para impulsionar a quebra de uma barreira invisível que atrapalha a inclusão de mulheres no setor. Em concordância com esse pensamento, Marisa Reghini Ferreira Mattos, vice-presidente de negócios digitais e tecnologia do Banco do Brasil, reforça a ideia ao reconhecer que o ambiente de Tecnologia ainda é muito masculino. Ela própria é uma testemunha de um fato histórico: em 214 anos de história, é a primeira vez emque há uma mulher em sua presidência do BB, e a primeira vez que o conselho diretor onde atua as mulheres representam metade da participação.

"O exemplo representa demais. As mentoras ajudam a despertar o desejo de mulheres serem gestoras. Precisamos encorajar as mulheres e promover parcerias transformadoras", sugeriu Marisa, como forma de reverter o quadro da presença feminina no setor de Inovação.

Muitas mulheres ainda não demonstram interesse pela área de Tecnologia. Lindália lembrou que no Brasil, 60% dos formandos universitários são mulheres, mas só 23% delas se formam como engenheiras. O cenário fica mais curioso com dados apresentados por Fabiano Funari, country headBrazil na HCL Technologies: "Há expectativa de criar até 700 mil vagas para atender o mercado de tecnologia local e existe uma vasta quantidade de pessoas que poderiam entrar nesse mercado. Esse é um problema que vem de casa, porque ninguém incentiva as meninas a estudar nas áreas correlatas que possam gerar empregabilidade no setor".

O primeiro painel temático de discussão do WeForum realizado no Rio de Janeiro, sintetizou duas soluções simples que podem alterar a realidade da presença feminina no mercado de Tecnologia e Inovação no Brasil: iniciativas que promovam formação com mentoria e apoio de entidades; empresas e organizações reorganizando seus quadros gestores de modo a colocar mulheres no topo do quadro diretivo, contribuindo com a tomada de decisões que favoreçam a presença feminina em diferentes patamares da indústria tecnológica.

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Sobre o CMEC: Presidido por Ana Claudia Badra Cotait, o CMEC – O Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura atua como um fórum de referência de estudos, debates e inspirações à mulher empreendedora, além de desenvolver ações, campanhas e projetos sociais e culturais. Também atua como instrumento para que lideranças femininas discutam seus problemas e apresentem propostas que mobilizem a comunidade empresarial e a sociedade organizada. Atualmente existem mais de 300 conselhos da mulher em todo o Brasil. 

Links úteis 

 

Sobre a ACSP:A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 128 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.

 

Sobre o CACB: A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) é formada por 27 federações, representantes de cada um dos estados, que agregam cerca de 2000 associações comerciais e empresariais que associam, por adesão voluntária, milhares de empresários em todo o país. A CACB é uma organização multissetorial que reúne empresários de todos os setores da economia, como comércio, indústria, agropecuária e serviços, de empresas de todos os portes e profissionais liberais

Por ACSP