CMEC e Bradesco lançam programa para apoiar e fomentar negócios de mulheres empreendedoras

São Paulo, 24 de novembro de 2022- O Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) da CACB, da Facesp e da ACSP e o Bradesco lançaram o Programa Mulheres Empreendedoras, que apoiará e fortalecerá negócios comandados por mulheres. A iniciativa foi lançada durante o 3º Liberdade de Empreender – Protagonismo Feminino nos Negócios, evento realizado na terça-feira (22), no auditório da FecomércioSP.

Cem empreendedoras serão beneficiadas nesta primeira fase do programa. Três pilares vão nortear o projeto: mentoria para entender a necessidade do negócio, tendo como base o ramo de atuação; trilha de aprendizagem, com cursos de empreendedorismo e de educação financeira; e reorganização financeira customizada. Outro fator importante é o acompanhamento da evolução do negócio, da regeneração, e dos números de inadimplência.

O programa foi lançado durante o painel “Mulheres Empreendedoras Bradesco & CMEC”, que contou com a mediação da vice-presidente da ACSP, Roseli Garcia; e dos palestrantes Alessandro Zampieri, diretor de Produtos do Bradesco; Janaina Souza, superintendente-executiva de Produtos do Bradesco; e Nathalia Garcia, superintendente-executiva de Marketing do Bradesco.

“Esta parceria com o CMEC será muito importante para evoluir estimular o empreendedorismo feminino. Poderemos mostrar que, com a linha de crédito correta, o negócio pode crescer e se desenvolver”, afirmou Zampieri.

Janaina ressaltou que a universidade corporativa do Bradesco vai capacitar as empreendedoras selecionadas. “Pela primeira vez, nossa universidade vai capacitar um público externo, que não seja funcionário”, destacou.

Nathalia finalizou o painel com uma palestra sobre gestão financeira. “As mulheres precisam quebrar três grandes tabus: aprender a pesquisar que tem experiência e pode ensinar a investir; acreditar que é preciso investir para investir; e, por fim, parar de acreditar que o empreendedorismo não nos pertence”, assegurou.

“Do nosso ponto de vista as mulheres são muito mais empreendedoras. O que precisa ser feito é estimula-las. O mundo mudou e hoje, com as transformações digitais, acima de tudo, os empregos estão mais escassos. Crie uma microempresa, comece a empreender, acreditem em vocês, façam tudo com o talento que vocês têm e sempre buscando a felicidade”, disse o presidente da CACB, Facesp e ACSP, Alfredo Cotait Neto, durante o discurso de abertura.

Por sua vez, a presidente do CMEC ressaltou a atuação do órgão. “Somos propulsores de ideias. Nosso propósito é fortalecer pessoas, projetos” disse Ana Claudia. E recomendou. “Sejam gestoras dos seus próprios negócios. Façam com amor e contem com o CMEC.

 

Empreendedorismo e mídias sociais precisam caminhar juntos

Mediado pela especialista de marketing digital e negócios online Aline Bak, o painel “A Importância das Mídias Sociais”, com participação da influenciadora digital Fátima Scarpa e da empresária Rose Benedetti, deixou claro que o empreendedorismo e as mídias sociais precisam caminhar juntos.

“O celular se tornou a extensão de nossas vidas, por isso, é preciso estar nele, ter presença digital”, frisou Aline. “E para conquistar reais resultados desta presença é necessário estabelecer uma autoridade digital. Quanto mais autoridade, mais negócios podem ser concretizados. Os conteúdos devem ser direcionados às dores do cliente. Absolutamente tudo pode virar um bom conteúdo”, destacou a especialista.

Com 231 mil seguidores no Instagram, Fátima Scarpa contou que passou a investir na carreira de influenciadora há apenas dois anos. “Eu ficava apenas cuidando de casa e, então, com 67 anos, resolvi me reinventar e, assim, passei a usar as mídias para contar a minha história e compartilhar dicas especiais sobre moda, beleza, etiqueta e comportamento”, contou. “Não há uma verdade absoluta. Minha dica é usar as mídias para falar sobre o que domina. Ter conhecimento do tema e daquilo que está falando”, ressaltou.

Empresária do ramo de acessórios, Rose Benedetto trocou o varejo das lojas físicas para as mídias digitais, mantendo o mesmo sucesso. “É preciso ter foco e muito amor pelo que faz”, frisou.

 

O TikTok e as vendas de pequenas marcas

O TikTok pode ser uma oportunidade para pequenos empreendedores divulgarem seus negócios e se conectarem com diferentes comunidades. De acordo com a líder de estratégia de marketing com foco em pequenos e médios negócios do TikTok para o Brasil e América Latina, Silvia Belluzo, a maior parte dos usuários da plataforma está em busca de entretenimento e uma parcela considerável é atraída por pequenos negócios. “Em torno de 15% dos usuários estão mais dispostos a comprar de negócios pequenos dentro do TikTok. As pessoas querem autenticidade e entretenimento. O TikTok entrega isso hoje. Por isso ele tem tamanha relevância”, disse.

Segundo a especialista do TikTok, o modelo de consumo proposto na plataforma é mais próximo do entretenimento. Não à toa, o aplicativo é utilizado em horários semelhantes ao de uso de plataformas de streaming, muito comuns para momentos de descanso, após o expediente. “O TikTok se afasta de ser uma rede social e oferece entretenimento. Criar uma conta e subir um vídeo é muito fácil e se o conteúdo for feito de uma maneira que a comunidade entenda que é relevante [...] você tem uma alta capacidade de entregar o conteúdo. Isso é incrível para o empreendedor”, ressaltou. 

No final de sua apresentação, Silvia convidou as empreendedoras presentes para participarem de um programa que irá selecionar 50 empresárias para treinamento especializado sobre como utilizar a plataforma para fins empresariais e de venda. O treinamento ocorrerá no dia 5 de dezembro, num café da manhã, com as profissionais selecionadas. 

 

Suzana Pires: desafios pessoais na carreira e empreendedorismo

A atriz e roteirista brasileira Suzana Pires compartilhou com o público sua história de vida e carreira. Ela passou lições e propôs etapas que, segundo ela, todas as empreendedoras devem se atentar. “Ser dona de si” foi o termo que deu início a toda a discussão proposta pela palestrante. A expressão também nomeia o instituto criado por Suzana, que tem como foco aumentar o número de mulheres em posição de liderança.

Durante sua fala, ela destacou a importância das mulheres buscarem protagonismo em suas próprias vidas. “Ser dona de si é assumir as rédeas da sua própria vida, sem medo de onde essa rédea vai levar”, afirmou. 

A atriz elegeu etapas que são como um passo-a-passo para empreender. A primeira etapa é a resistência. Outra etapa importante foi classificada por ela como “segurar a onda da emoção”. “A emoção em uma mulher é um negócio que pode dar ruim (sic). A gente é cheia de hormônio e segurar a emoção é uma dica. Não misturar as coisas. A empreendedora tem que segurar a onda para não ser chamada de doida, porque é assim para chamarem a gente de louca, e não vamos deixar”, disse. 

Suzana destacou que é importante “honrar para continuar”. “Honre a fase, os erros. Todos os meios são assim. Às vezes, você acha que é zero, mas aquilo multiplica o seu valor”, destacou. Suzana também falou da importância do elogio. “Elogie as suas parceiras, elogie as mulheres que estão com vocês. A gente não foi treinada a se elogiar. Vamos mudar isso”, ressaltou. 

Por fim, a última etapa consiste em administrar o processo. “Já passou da fase de só pagar os boletos, já está dando presente para si mesma. Geralmente, vai ter que lidar com problemas externos, como a doença de alguém, a administração das emoções, gerenciar a riqueza não é fácil, além do julgamento social e do questionamento de se ainda é preciso se provar”, completou.

 

Mulheres na Independência

Autoras do livro Independência do Brasil - As mulheres que estavam lá, a historiadora e cientista Heloisa Starling e a cientista social Antonia Pellegrino, em um divertido diálogo, trouxeram ao público um olhar especial para mulheres muito importantes para o país, mas que tiveram suas histórias apagadas.

Segundo Antonia, a ideia surgiu em um episódio de podcast especial de 7 de setembro, quando recebeu Heloisa como convidada e, ali, começaram a refletir sobre onde as mulheres estavam e qual a participação que elas tiveram no processo de independência do Brasil. “Daí vieram as histórias dessas mulheres que empreenderam uma ideia de Brasil, fundamentada num desejo de liberdade", disse Antonia.

Para Heloisa, a forma mais violenta de repressão sofrida por elas foi o esquecimento. Para os gregos, refletiu, esquecer é pior que a morte, porque na morte, nós guardamos a memória, a pessoas existiu e morreu. No esquecimento, ela sequer existiu. "O que as une, é que elas romperam a fronteira da política, foram para a cena pública, mostraram sua opinião e apresentaram suas ideias, de diversas maneiras", pontuou.

O livro, que traz histórias de mulheres revolucionárias, é, também, um podcast feito para o Globoplay, chamado Mulheres na Independência, e que já disponível em outras plataformas de áudio.

 

Histórias inspiradoras

O painel Mulheres que inspiram colocou em evidência histórias reais e bem-sucedidas. Como mediadora, a presidente do CMEC, Ana Claudia Badra Cotait, falou do prazer em receber mulheres tão importantes para o empreendedorismo feminino. "São histórias que nos movem e que precisamos conhecer, ao longo do nosso caminho, para nos inspirarmos", disse.

Yara Jafet, médica psiquiatra e empreendedora do colégio Pueri Mundi, contou sobre quando decidiu abrir um berçário, diante da sua necessidade de trabalhar mas precisar de alguém para cuidar de sua filha. Veio então a ideia de criar um espaço que oferecesse cuidado, amor, acolhimento e respeito às necessidades e à individualidade das crianças. "Empreender é intuir e a intuição feminina é algo muito presente. A gente consegue acolher, amparar e ser um bom ouvido. Por isso, desde o início, sabia qual era o meu propósito", disse.

Também no painel, a advogada Renata Abalém falou da importância da reconstrução, principalmente para mulher que, assim como ela, passaram por um casamento conturbado, se divorciaram e precisaram recomeçar, mesmo depois de se distanciar de si mesma. "É preciso olhar para a frente, criar novas coisas, situações e momentos para seguir em frente. E se você tem que reconstruir, faça e rápido, porque o tempo passa e a gente nem vê", aconselhou.

Representando o agronegócio, a presidente do Instituto Cultivar Progresso, Anna Sanders, falou da sua ida do Sul do país para o Piauí, onde construiu boa parte de sua história e também onde, ao ver as necessidades da região, levou capacitação e conhecimento aos profissionais que vivem ali. Assim, à medida que sua atuação com algodão, soja e milho ia se desenvolvendo, seus funcionários e outros habitantes também tiveram a oportunidade de evoluir, através do acesso à educação. "É uma história de muita dedicação e empenho, para agregar valor aos nossos produtos, mas também acolher nosso colaborador, com aulas de alfabetização, e transformar nossa mão de obra", contou.

O painel trouxe, ainda, a história de Renata França, que a partir do sonho de ser jornalista, foi trabalhar em um hotel de luxo, fazendo massagem nos hóspedes para custear a faculdade, e se apaixonou pela prática. Hoje ela é dona de uma multinacional que ensina a milhares de mulheres a técnica Miracle Touch, que une outras duas técnicas, a modeladora e a linfática, em uma só. "Estamos presentes em mais de 60 países e já formamos mais de 12 mil alunas, algo muito precioso", disse.

 

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Sobre o CMEC: O Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura atua como um fórum de referência de estudos, debates e inspirações à mulher empreendedora, além de desenvolver ações, campanhas e projetos sociais e culturais. Também atua como instrumento para que lideranças femininas discutam seus problemas e apresentem propostas que mobilizem a comunidade empresarial e a sociedade organizada. Possui mais de 280 conselhos da mulher, distribuídos entre as cidades do Estado de São Paulo e presente nas 2.500 associações do Brasil.

Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 127 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.

Por ACSP