Comitê de avaliação de Conjuntura da ACSP faz balanço da economia

O agronegócio continua sendo o setor que mais contribuiu para o crescimento do PIB brasileiro, de acordo com os economistas e empresários reunidos no encontro mensal do Comitê de Avaliação da Conjuntura, na quinta-feira (29), na sede da Associação Comercial de São Paulo. Coordenado pelo economista Edy Luiz Kogut e com a presença do economista-chefe do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP (IEGV), Marcel Solimeo, o encontro aconteceu de forma híbrida, presencial e online, após 3 anos sendo realizado apenas no formato on-line.

No encontro, foi apresentado um panorama geral sobre o bom momento do agronegócio, responsável pelo resultado positivo do PIB no trimestre. Por outro lado, foram lembrados alguns pontos que merecem mais atenção do setor, como os problemas com o armazenamento e a logística. A avaliação aponta que é importante resolver a questão das estradas e dos portos que têm pouca capacidade operacional. Em relação ao seguro rural, destacou-se que para viabilidade do mesmo serão necessários mais investimentos do governo no segmento.

Ainda em relação à agricultura as perspectivas são positivas para este ano, mas, segundo o Comitê, os preços das commodities estão caindo, o que pode significar a redução das margens e um sinal de que nos próximos anos, pode haver uma redução do crescimento do setor.

Durante a reunião, o Comitê de Avaliação de Conjuntura Econômica lembrou o falecimento do ex-ministro Allison Paulinelli, que ocorreu no dia do encontro, ou seja, 29 de junho.  Paulinelli, que faleceu aos 86 anos, foi uma das principais figuras da agricultura brasileira nas últimas décadas, responsável, entre outras ações como ministro da agricultura, pelo desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

Varejo e e-commerce

Outra preocupação é a questão do e-commerce, que segundo informações do setor movimenta hoje 6,3 trilhões de dólares no mundo todo e a expectativa para 2026 é que chegue a US$ 8,6 trilhões. O Brasil tem um share de 1% sobre essas transações mundiais. O crescimento do setor tem preocupado os governos e o varejo tradicional, principalmente em relação à tributação dos produtos comprados em sites internacionais.

Mas o varejo tradicional tem sido o mais atingido por um modelo de negócios que só tem crescido, principalmente entre as novas gerações. Para o comitê, o varejo no Brasil precisa se fortalecer. O País está enfrentando uma concorrência desleal, com a venda de produtos roubados e a falta de fiscalização nos sites de venda. A exemplo do que acontece em vários setores, o varejo também está se adaptando aos novos tempos.

Para o Comitê existem alternativas que têm funcionado em relação à operação do comércio eletrônico na Europa. O problema das vendas dos produtos chineses ou pequenas encomendas, de acordo com o respectivo comitê, foi melhor encaminhado na Europa. Os europeus acabaram com a isenção das pequenas importações, assim, os sites locais têm de ser registrados e os internacionais pagam antecipadamente a taxação.

Em relação à indústria, chama a atenção a queda de produção dos bens de capital e a redução das importações. A queda das exportações também é um dos fatores responsáveis pelo déficit da indústria, assim como a menor demanda do mercado interno. O grupo de economistas e empresários tem críticas ao recente programa do governo para as montadoras de automóveis, que de acordo com os analistas não será suficiente para revitalizar a indústria.

Em resumo

O economista do IEGV da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa apresentou alguns dados e projeções, começando pelos resultados positivos do Índice Nacional de Confiança (INC), que alcançou o patamar 101 no campo otimista. O aumento da renda está relacionado à maior resiliência do mercado de trabalho e às maiores transferências dos recursos do governo, além da sensação de maior segurança no emprego, fatores que contribuíram para a melhora da percepção do consumidor, principalmente em relação à sua situação financeira atual. Esses fatores permitiram rever a projeção do crescimento anual das vendas do varejo para 1,6%. No caso do Produto Interno Bruto (PIB), a sustentação do consumo das famílias se dá em decorrência dos fatores anteriores, além do desempenho do agronegócio, o qual levou a projetar uma expansão de 2,0% para 2023.

Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 128 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes.

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Por ACSP