Confiança do consumidor de setembro tem leve aumento, mas permanece no campo pessimista

São Paulo, 30 de setembro de 2025 - O Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pela PiniOn, alcançou 96 pontos em setembro, aumentando 1%, em relação a agosto, e diminuindo 6,8%, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Essa é a segunda alta do INC, que desde fevereiro permanece no campo pessimista (abaixo de 100 pontos). A sondagem foi realizada com 1.679 famílias, em nível nacional, residentes em capitais e cidades do interior.

Regionalmente, os resultados foram heterogêneos: estabilidade da confiança no Sul, redução no Nordeste e aumento no Centro-Oeste, Norte e Sudeste.

Entre as classes socioeconômicas, o cenário também foi misto: queda do índice nas classes AB e DE e alta entre os consumidores da classe C.

Na análise por gênero, observou-se aumento da confiança entre os entrevistados do sexo feminino e redução para aqueles pertencentes ao masculino. Já em relação à situação financeira, as famílias demonstraram uma leve melhora na percepção sobre as condições atuais. As expectativas futuras de renda e emprego mostraram melhora significativa em relação ao mês anterior, com aumento da sensação de segurança no emprego.

Confiança e consumo
O aumento generalizado da confiança resultou em maior disposição para a compra de itens de maior valor, como carros, imóveis e bens duráveis (geladeira, fogão, entre outros). Já a propensão a investir para o futuro manteve-se estável.

Em síntese, o INC de setembro mostrou leve aumento na comparação mensal, dentro da margem de erro, e redução interanual, mantendo-se no campo pessimista.

Para o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, o mercado de trabalho continua gerando aumentos de renda e emprego. “Além disso, medidas como o novo consignado, o pagamento de precatórios e outras transferências de renda governamentais também sustentam o ânimo e o consumo das famílias. No entanto, o elevado endividamento das famílias e os efeitos negativos das altas taxas de juros sobre a atividade econômica — já perceptíveis —, podem reduzir a confiança do consumidor nos próximos meses”, conclui.

Por ACSP - 26/09/2025