Em defesa da independência do Banco Central

A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) manifestam sua posição de apoio à legislação que assegurou a independência do Banco Central que, junto com o regime de metas e âncora fiscal asseguram não apenas a estabilidade econômica, como a previsibilidade para os agentes econômicos.

Essa necessidade se acentuou com a aprovação da PEC da Transição, e o fim do teto dos gastos, transmitindo aos agentes econômicos sinais negativos com relação à política fiscal, aumentando o temor de que a inflação, que vinha apresentando sinais de desaceleração, possa reverter sua trajetória de queda.

Mais do que contestar a independência do Banco Central, o que se espera do governo é uma reforma administrativa que assegure a redução dos gastos, o aumento da eficiência no uso dos recursos, a correta definição das prioridades e o aumento da produtividade do setor público.

A garantia da estabilidade monetária como sinalização  aos agentes econômicos não interessa apenas ao mercado financeiro, mas a todo setor privado, que é o verdadeiro construtor do desenvolvimento e que necessita de horizontes claros para a realização dos investimentos.

Contestamos, também, a afirmação de que “os empresários não trabalham” e se apropriam do fruto do trabalho de seus empregados, é uma visão superada pela história desde a Revolução Industrial, e que se torna ainda mais equivocada nesta era da informática, da robótica e da inteligência artificial.

Sem a empresa, fruto da criação do empreendedor, não haveria empregos e nem geração de renda e de crescimento econômico, que é fruto da ação dos empresários e de seus colaboradores.

Essa afirmação, além de equivocada, não contribui para a harmonia existente entre empresários e trabalhadores, representando injustiça aos milhões de empreendedores, especialmente aos de micro e de pequeno porte, que muitas vezes, arriscam o seu patrimônio e trabalham sem preocupação de dia ou horário para manter a sobrevivência da empresa em um ambiente de dificuldades.

Para que empresários e trabalhadores possam produzir e levar o país ao desenvolvimento com inclusão, é preciso previsibilidade, liberdade, harmonia e colaboração entre os setores público e privado em torno de um projeto de nação.

Alfredo Cotait Neto é presidente da CACB, Facesp e ACSP.


Por ACSP