São Paulo, 23 de julho de 2018. O pré-candidato à Presidência da República Guilherme Afif Domingos (PSD) participou hoje do Ciclo de Debates organizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). “O grande problema do País é político. Quando falam da crise econômica, eu falo que o problema não é o econômico, é o político. Nós somos um continente, nós tínhamos que ter o voto distrital”, defendeu ele. Afif, que é presidente licenciado do Sebrae Nacional, frisou que o voto distrital é aquele que tem representação a partir da realidade territorial brasileira e que a reforma política é a primeira que precisa ser feita.
Para colocar essa reforma em prática, o pré-candidato disse que fará uma Constituinte Exclusiva que, de acordo com ele, não afetará outras atividades do congresso. “Eu quero uma Constituinte Exclusiva para fazer a reforma do sistema político, enquanto o congresso continua funcionando. Sei que a proposta é polêmica e assusta o público mais conservador, mas eu definirei o campo cirúrgico para fazer essa reforma, enquanto o congresso continua funcionando normalmente”.
Outras reformas
Sobre a reforma da Previdência, Afif destacou que o Brasil aboliu a monarquia, mas a corte ficou. “Uma corte de privilégios que foi sedimentada e não foi mexida. Não dá para dar um cavalo de pau de uma hora para outra, mas é preciso dar sinalização das mudanças que se quer fazer e do regime de repartição - que tem que ser igual para todos - diferenciado do regime de capitalização”. Segundo ele, esse é um odioso privilégio existente no sistema de repartição, em que um milhão de pessoas tem o mesmo peso de 30 milhões do outro lado. “Isso não se sustenta. A mudança parte do sistema político, que o Congresso teve oportunidade de fazer - e não fez”.
Ao tratar da reforma fiscal (ou federativa), o palestrante afirmou que é preciso fazer uma “blitz” de simplificação no País para que ele possa libertar a força empreendedora que hoje está amarrada aos quatro cantos. “Diz a Constituição: a desburocratização e a desregulamentação é regra. No Brasil nós regulamentamos tudo. Temos que ter uma regulação mínima para soltar a atividade empreendedora”.
Ele explicou que quando há distribuição de funções entre União, estado e município, o dinheiro da arrecadação tributária precisa estar na mão da autoridade local para que se faça, por exemplo, o SUS ideal.
Segurança pública
Para Afif, a Polícia Civil precisa estar atrelada ao Poder Judiciário e não ao Poder Executivo. “Sendo polícia de investigação, ela já está dentro do Judiciário. Eu quero colocar um juiz em cada delegacia de polícia, que é o juiz de instrução. Assim vamos deixar a justiça perto do cidadão, na esquina da casa dele”.
O pré-candidato é contra intervenções do Exército, como a que ocorreu no Rio de Janeiro. “Vamos acabar contaminando o Exército, pois ele tem que voltar para a sua função de guardião de fronteira, por onde entra droga e armamento”.
Roberto Mateus Ordine, presidente em exercício da ACSP e da Facesp, representando Alencar Burti, afirmou que o pré-candidato - que já presidiu quatro vezes a ACSP - é um dos baluartes da casa. “Hoje é um dia de festa porque o recebemos. Tudo o que você fala tem base. Conte com os nossos companheiros e juntos chegaremos lá”.
“O Brasil está perdendo todas as oportunidades de desenvolvimento que estão acontecendo no mundo. Acabamos de ver as modificações na Colômbia, no México, no Chile e no Peru com os novos presidentes”, disse George Pinheiro, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Para ele, o Brasil esvaziou a influência que tinha principalmente sobre países de língua portuguesa. E as exportações brasileiras estão cada vez menores. “O Brasil está preocupado em manter o status quo, preocupado em manter quem está no poder”.
O Fórum de Jovens Empreendedores (FJE) da ACSP entregou ao pré-candidato o Manifesto Empreendedor, que trata do cenário atual do jovem empreendedor, impactado pela tecnologia e pela demanda reprimida de postos de trabalho. O documento solicita apoio ao empreendedorismo por meio do fomento a educação, cultura e condições favoráveis ao ambiente de negócios. “Essa é uma aliança da tradição e da história da ACSP, do qual o senhor é parte importantíssima. Esse documento condiz muito com o que o senhor disse hoje, principalmente no campo da juventude”, declarou Leonardo de Souza, coordenador-geral do FJE.
Também participaram do evento Robert Schoueri, conselheiro superior da ACSP; a escritora Silvia Maria Dellivenneri Domingos, esposa de Afif; Paulo Solmucci, presidente da União Nacional das Empresas de Comércio e Serviços (UNESC).
Fotos: Flickr da ACSP
Vídeo – íntegra do evento: YouTube/eventos ACSP
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Patrícia Gomes Baptista
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Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 123 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.
Por Patrícia Gomes Baptista