Presidente do IPESPE , Antonio Lavareda, explica na ACSP a discrepância entre as pesquisas e os resultados do 1º turno nas eleições de 2022

O cientista político e presidente do Instituto de Pesquisas Sociais, Politicas e Econômicas (IPESPE), Antonio Lavareda, foi o convidado da reunião do Conselho Político e Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizada no dia 10 de outubro de 2022, na sede da entidade, no Centro Histórico de São Paulo.

Lavareda foi recebido pelo presidente em exercício da ACSP, Roberto Mateus Ordine, pelo coordenador do COPS, o ex-senador Heráclito Fortes, e por alguns dos membros do conselho, como o senador Jorge Bornhausen e o ex-Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência do Brasil na gestão Fernando Henrique Cardoso, Andrea Matarazzo.

O presidente do IPESPE iniciou sua apresentação admitindo os erros das previsões dos institutos de pesquisa no primeiro turno das eleições 2022: “Os institutos de pesquisa saíram arranhados desse episódio, mas acho que alguns fatores imprevisíveis e incontroláveis contribuíram para a discrepância dos resultados em relação aos observados das urnas”, comentou.

Lavareda afirma ainda que eleição é, na verdade, uma ferramenta de transferência de poder que surgiu no século XVIII e que não pode ser reduzida apenas aos resultados. Para ele, existem algumas variáveis menos controláveis e previsíveis.

“Na verdade, o número de abstenções, 20,96%, explica grande parte dos números discrepantes. Grande parte dessa abstenção, que ocorre muitas vezes pela absoluta falta de transporte ou dinheiro, gerou impacto na votação do ex-presidente Lula, que tem a maioria dos eleitores das classes mais pobres”, opina.

Para Lavareda, ainda, existem também outros fatores para o erro dos institutos. ”Os veículos de comunicação usaram as pesquisas de maneira incorreta, levando o eleitor a creditar que aqueles números são definitivos. Pesquisa não pode ser lida como prognóstico e nem para criar narrativas que tragam mais audiência. Existe o voto estratégico ou o voto útil, que pode ocorrer pouco antes da votação. O eleitor acaba usando o dado da pesquisa para fazer o seu voto e muitas vezes votar em quem parece ter mais chance de vencer, mesmo não sendo originalmente seu candidato”, complementa.

Para avalizar suas observações, o presidente do IPESPE apresentou também alguns números de eleições passadas e fez uma análise a partir da de 1989, quando, sua avaliação, um “outsider”, Fernando Collor de Melo, ganhou as eleições e iniciou uma predominância da direita e do centro.

Em 2018, lembra Lavareda, mais uma vez elegeram um outsider, que, no entanto, ao contrário dos anteriores, conseguiu terminar seu mandato e é candidato à reeleição.

O cientista político concluiu que mesmo considerando as discrepâncias dos números do primeiro turno das eleições, as pesquisas não devem ser demonizadas, mas sim aperfeiçoadas.

“Defendo, inclusive, a criação de uma nota cautelar para uso dos meios de comunicação sobre a interpretação das pesquisas. Vou propor isso aos institutos de pesquisa”, finalizou.

As fotos estão disponíveis no Flickr


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Por ACSP