Skye Duncan, urbanista que reinventou a Times Square, compartilha experiências em palestra na ACSP

São Paulo, 14 setembro de 2018. “Precisamos reimaginar e reinventar as ruas de nossas cidades de forma a colocar as pessoas em primeiro lugar”, declarou a designer urbana neozelandesa Skye Duncan na última quarta-feira (12) durante reunião do Conselho de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Skye Duncan é diretora de uma entidade norte-americana ligada à área de mobilidade, a Global Designing Cities Initiative, da National Association of City Transportation Officials (Nacto/EUA). Lá ela lidera um programa que é financiado pela Bloomberg Philanthropies e desenvolve o Guia Global de Desenho de Ruas (esse é o nome em português, será lançado esta semana em São Paulo), além de fornecer assistência técnica para cidades de todo o mundo sobre design de rua seguro e sustentável. No Brasil, o projeto já está sendo implementando nas cidades de São Paulo e Fortaleza, mas inclui ações em várias outras partes do planeta, como Bogotá, Mumbai, Addis Ababa, Auckland, Milão e Sidney.

A NACTO é uma associação de 51 grandes cidades norte-americanas criada para trocar ideias, percepções e práticas de transporte e abordar cooperativamente questões de transporte nacional. A missão da organização é construir cidades com intuito de que sejam lugares para as pessoas, com opções de transporte seguras, sustentáveis, acessíveis e equitativas que suportem uma economia forte e uma melhor qualidade de vida.

Skye trabalhou por sete anos no Departamento de Planejamento Urbano de Nova York, durante a gestão de Michael Bloomberg. Lá participou de projetos de design em todos os cinco distritos, envolvendo ruas, espaços públicos, residências e edifícios institucionais, enquanto colaborava com várias agências e organizações nas políticas da cidade para tornar NY uma cidade mais sustentável, resiliente, habitável e saudável.

Times Square

Um dos casos emblemáticos que Skye liderou em NY foi o fechamento da Times Square; “um lugar onde as pessoas queriam passar o tempo, fazer aulas de ioga, pedidos de casamento”, comentou a especialista, ressaltando também que, nos períodos em que ficava fechada para o tráfego de carros, a Times Square ficou mais segura, com menos pessoas andando na rua e menos acidentes de trânsito e com pedestres. “O tempo de viagem melhorou, mais lojas foram abertas e o valor aluguel triplicou”, enfatizou Sky, para quem uma cidade centrada nas pessoas é uma cidade mais eficiente e lucrativa para os negócios. “Precisamos investir nas cidades e nas opções de mobilidade de hoje para que o futuro seja melhor”.

Dados citados pela designer apontam que locais que investem em praças e espaços de livre circulação de pessoas - onde elas tenham oportunidade para   descanso, práticas recreativas entre outras atividades - levam a um crescimento de até 172% no comércio em torno desses locais. “Lembremos que carros não compram, pessoas compram. Nossas ruas formam a maior rede de espaço público contíguo, portanto, são um dos maiores ativos dos negócios. Ao redor do mundo, costumamos entender bem o valor da propriedade privada, mas temos dificuldade na compreensão da propriedade pública”, argumentou.

Para isso, afirma Skye, as cidades precisam investir em ciclovias, praças e espaços de circulação não motorizada. Em relação às bicicletas, a urbanista disse que, em primeiro lugar, é preciso desmitificar a ideia de ciclista, que não é mais o indivíduo com roupa de lycra andamento em alta velocidade, mas sim qualquer cidadão que queira aproveitar a cidade, seja ele uma criança ou uma senhora. Segundo a Iniciativa Global de Cidades Projetistas, cerca de dois terços das pessoas têm interesse em adotar a bicicleta como meio de transporte, mas têm receios, em especial no que diz respeito à segurança. Para 81% deles, uma ciclovia separada da via dos carros, que garantisse sua integridade física, é uma necessidade indispensável.

 

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Sobre a ACSP: A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 123 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região.

Por ACSP