Aldo Rebelo defende a coesão nacional para a construção de um novo País

A reunião do Conselho Político e Social (COPS), realizada nesta segunda-feira (5) na sede da ACSP, contou com a palestra do presidente da fundação Ulisses Guimarães, Aldo Rebelo. Ex-presidente da Câmara Federal, Rebelo já foi do PCdoB e teve uma formação progressista, mas sempre defendendo posições nacionalistas. Atualmente no MDB, foi ministro no governo Dilma Rousseff e ocupou cargos na Prefeitura e no governo de São Paulo. Rebelo é autor de vários livros em que defende suas propostas para a construção de um Brasil mais desenvolvido, mais liberdade para explorar seus imensos recursos com investimentos da iniciativa privada e do estado. Em seu livro mais recente “O Quinto Movimento” o político, jornalista e escritor coloca suas propostas e sua visão sobre o Brasil.

Antes da palestra de Rebelo, o presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine relembrou um pouco da trajetória do político e a importância da entidade de estar alinhada a novas propostas para o País. “Para a ACSP é sempre importante recebermos alguém como Aldo Rebelo, que pode contribuir para o debate sobre o futuro do Brasil, algo tão importante para empreendedores e para a livre-iniciativa.”

Destravar o País
Na sua palestra, o ex-ministro coloca de maneira clara o que ele considera fundamental para o Brasil destravar sua economia e ocupar seu lugar entre as principais potências econômicas. “Temos que pensar em destravar a economia brasileira e para isso precisamos reduzir o poder de entidades públicas e privadas que só contribuem para o nosso atraso”. O político afirma que os recursos brasileiros devem ser explorados de maneira adequada. Para ele, o Brasil tem que construir uma nova ordem comercial, cultural, política e ambiental, além de olhar para os movimentos dos países asiáticos, que hoje tem o maior investimento em relação ao seu PIB. A China tem 40%, os EUA 20% e o Brasil 16%. “O Brasil é um país promissor e se fizermos mudanças que nos permitam ampliar a exploração dos nossos recursos, estaremos em alguns anos entre as cinco principais economias do mundo”, afirma Rebelo.

Mas para que isso se torne realidade, ele acredita que algumas entidades e instituições deverão mudar. Entre eles, órgãos como o Ministério Público, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) que hoje tem poder para paralisar obras e interferir na ampliação da exploração dos recursos do País”. Para o ex-ministro, as Organizações Não Governamentais (ONGs), por exemplo, parecem estar trabalhando para os interesses europeus. Ele lembra que na Europa eles não interferem, mas aqui tem poder para questionar projetos importantes. “Temos recursos hídricos que podem gerar um grande volume de energia, que, no entanto, não são utilizados por conta de entidades e instituições públicas que travam o andamento dos projetos.”

O político também lembrou do déficit da infraestrutura do Brasil. “Não temos nem o mínimo necessário de ferrovias e vias de transporte, que atendam as grandes demandas do nosso agro, por exemplo. A China deve construir a ferrovia que vai levar grande parte da produção do agro para um porto no Pacífico, no Peru. A indústria é fundamental para o desenvolvimento do agronegócio com o fornecimento e desenvolvimento de tratores, equipamentos e novas tecnologias para o setor.”

Petróleo e infraestrura
Em relação ao petróleo da Margem Equatorial, que tem sido motivo de debate entre os que defendem e os que não querem sua exploração, o ex-deputado se coloca na defesa do projeto. “Temos um enorme potencial na exploração do petróleo na região. Só para se ter uma ideia o volume de petróleo na área do Brasil deve ser muito maior do que o da Guiana, que já é muito grande.”

Aldo Rebelo concluiu, lembrando que precisamos mudar a nossa perspectiva sobre o desenvolvimento. “Infelizmente temos priorizado as mazelas do Brasil, mas se olharmos com cuidado, é possível concluir que o Brasil tem um enorme potencial energético, recursos hídricos e minerais, além de um território ainda a ser explorado.”

Por ACSP - 05/05/2025