O Conselho de Política e Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) recebeu nesta segunda-feira (8) o professor Silvio Meira, presidente do Conselho de Administração do Porto Digital e pesquisador da TDS Company. Cientista com reconhecimento internacional, Meira foi recebido por Roberto Mateus Ordine, presidente da ACSP e Heráclito Fortes, coordenador do Conselho.
Na abertura do evento, Ordine lembrou da importância do COPS “não só como conselho político, mas também para trazer as novidades que contribuam para o desenvolvimento do país”. Heráclito Fortes ressaltou a importância de mostrar o potencial das novas tecnologias como a IA, por meio de um cientista renomado como Meira.
Localizado em Recife, o Porto Digital é um centro tecnológico voltado para as áreas de tecnologia da informação e comunicação (TIC) e economia criativa (EC). Silvio Meira fez uma palestra sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) nas empresas, destacando como ela tem mudado e ainda deve mudar muitos setores da economia, incluindo varejo e serviços.
Ele aponta que a IA tem autonomia baixa e não deve impactar na maneira como os humanos adquirem conhecimento. “O aprendizado transforma a inteligência de cada um de nós com a chamada expertise coletiva. É o processo de desenvolvimento individual que garante o aprimoramento. Conhecimento não para nunca”.
Internet e informatização
O cientista também destacou os diversos caminhos que a tecnologia vem proporcionando para a atividade humana e fez uma retrospectiva da trajetória da Internet, lembrando que a imprevisibilidade sempre deverá ser levada em consideração. “A Inteligência Artificial não veio do nada. Estão acontecendo transformações importantes desde o início das Internet em 1974, passando pela consolidação da Internet Comercial em 1995. É uma revolução permanente”.
Redes e interação
Meira também comentou que o ponto de inflexão que vem possibilitando as grandes mudanças tecnológicas acontece com a possibilidade da interação por meio das redes sociais. A comunicação dirigida se tornou interativa com as redes sociais, uma rede de conexões que permitiu a informatização das pessoas por meio dos celulares. “O provedor e o código mudaram e possibilitaram que os softwares criassem um espaço virtual competitivo para o comércio”.
O professor aponta que as plataformas habilitam e criam comunidades e não mais públicos. “Isso exige a transformação no marketing. A IA é mais uma transformação. Acontece no contexto da Internet e é disponibilizada para o usuário comum”.
O grande desafio organizacional é saber como usar a IA em rede para acelerar nossos processos sociais e pessoais de aprendizado. Experimentos devem contribuir para o desenvolvimento dos negócios por meio de decisões estratégicas e das diferentes maneiras de utiliza-las na interação com as várias categorias da inteligência humana. Para isso, os dados são fundamentais e precisam ser atualizados a todo o momento.
Riscos
A IA vai colaborar com a criação de novos modelos de negócios, mas é fundamental que a implantação deva ser feita por quem entende. “É necessário integrar e fomentar, nas organizações, o uso do IA para desenvolver os processos internos.” Para Meira existe a necessidade de uma regulação para uma inovação responsável. “A IA tem riscos que devemos enfrentar. Boa parte deles é inevitável, e irá impactar na transformação da força de trabalho”.
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Por ACSP