A mobilização do setor privado e de organizações da sociedade civil em relação a compromissos e alertas relacionados à descarbonização fez com que o Brasil saísse com saldo positivo da mais recente Conferência do Clima (COP26), avalia o coordenador do Conselho do Agronegócio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Cesario Ramalho.
No âmbito governamental, Ramalho ressalta, em primeiro plano, a presença do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, em Glasgow, que anunciou o realinhamento das metas brasileiras de corte de emissões, medidas para redução de metano na atmosfera e contribuição nas negociações, que resultaram na criação de um mercado global de carbono.
O coordenador do Conselho do Agro da ACSP também destaca a participação da ministra Tereza Cristina, por meio de transmissão em vídeo, a partir de Brasília, para o “Pavilhão Brasil” na Escócia. A titular da pasta da Agricultura discorreu sobre o patrimônio agroambiental brasileiro, que por meio de tecnologia e leis vem gerando contínuos ganhos de produtividade e assegurando a proteção do meio ambiente.
O pacote brasileiro de ativos ambientais é real, composto, por exemplo, por extensa cobertura vegetal original, acima de 66% - com boa parcela dela, praticamente um terço, dentro das propriedades rurais -; práticas agrícolas conservacionistas e que contribuem para o sequestro de carbono; o Código Florestal, uma das legislações ambientais mais rígidas do mundo; o parque tecnológico de biocombustíveis etc..
Entretanto, Ramalho alerta que o desmatamento ilegal, especialmente o que ocorre na floresta Amazônica, na prática, acaba inevitavelmente ofuscando o que a agricultura nacional e o Brasil já desenvolvem para promover o desenvolvimento sustentável. "Conter já a derrubada irregular, sobretudo da floresta é peça-chave para o reconhecimento da comunidade internacional de que o Brasil, de fato, tem compromisso com a agenda verde da sustentabilidade."
Por ACSP