O coordenador do Conselho do Agronegócio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Cesario Ramalho, disse, nesta quinta-feira (3), em entrevista à rede "Jovem Pan", que a guerra no Leste Europeu gera preocupação quanto ao abastecimento de fertilizantes, mas que não há razão alguma para pânico, endossando o posicionamento da ministra Tereza Cristina (Agricultura) de que há estoque de adubos para safra verão 2022/23.
Após invadir a Ucrânia, a Rússia, que é um importante fornecedor do Brasil de matérias-primas para fabricação de fertilizantes, vem sendo alvo de uma série de sanções, o que compromete o comércio internacional do país. Além disso, interrupções nas rotas marítimas na região do conflito também podem prejudicar o fluxo de navios, e consequentemente a entrega de produtos, como os adubos.
Segundo Ramalho, não há, no momento, falta de fertilizante e que os preços já estavam em elevação mesmo antes da invasão russa à Ucrânia, devido a um conjunto de fatores, entre os quais, gargalos logísticos decorrentes dos impactos da pandemia e questões geopolíticas de outros importantes países fornecedores, como, por exemplo, Belarus.
De acordo com Ramalho, é relevante ressaltar que boa parte do solo agrícola brasileiro apresenta boa fertilização, resultado do trabalho de adubação que vem sendo desenvolvido ao longo dos anos. "Temos uma espécie de 'poupança' de fertilizantes no solo e, diante do quadro, podemos administrar melhor a aplicação do insumo, seguindo recomendações técnicas de nossos agrônomos."
Por ACSP