O cenário da eletrificação em São Paulo foi o tema da reunião do Conselho de Política Urbana (CPU) e do Núcleo de Estudos Socioambientais (NESA) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizada na quinta-feira (28).
O encontro foi aberto por Antônio Carlos Pela, coordenador do CPU, que comentou sobre o encerramento da COP-29 no dia 24 de novembro, em Baku, no Azerbaijão. “O COP-29 deixou bem claro os alertas para a emergência climática que estamos vivenciando e para a necessidade imperativa de tomada de ações efetivas para a salvaguarda da vida presente e das futuras gerações. Dentre os acordos assumidos pelos países que participaram desta conferência das Nações Unidas, cujo foco são as mudanças climáticas, o principal deles foi o compromisso de as nações ricas investirem 300 bilhões de dólares, por ano, até 2035, para a transição energética e a adaptação climática dos países em desenvolvimento”, ressaltou.
Alessandro Azzoni, coordenador-adjunto do CPU responsável pelo NESSA, ressaltou que o palestrante é um grande estudioso da mobilidade urbana na cidade de São Paulo. “A ideia de trazê-lo é porque nós temos um novo mercado [de carros elétricos] e transformações nos transportes coletivos e de uso pessoal”, pontuou.
Beatriz Messeder Sanches Jalbut, coordenadora técnica do CPU, fez uma breve apresentação sobre o tema “Eletrificação e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”.
Flaminio Fichmann, arquiteto e urbanista, diretor de mobilidade e membro do Conselho Diretivo da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), palestrou sobre o cenário da eletrificação em São Paulo, trazendo desde o contexto histórico do transporte de rodas no mundo, que começou com as carruagens na Roma Antiga. “Em 1769, o modelo feito por um engenheiro militar francês foi considerado o primeiro carro do mundo com três rodas. Já em 1886 foi registrada a primeira patente de automóvel pelo alemão Karl Benz, e o primeiro carro elétrico surgiu por volta de 1880, idealizado pelo engenheiro britânico Thomas Parker”, compartilhou.
“Se engana quem acha que os carros híbridos são recentes. O primeiro carro híbrido da história surgiu muito antes do que se possa imaginar, em 1901, tendo ligação direta com o fundador de uma das maiores marcas de superesportivos da atualidade, a Porsche”.
Fichmann também ressaltou que os veículos elétricos possuem diversas vantagens entre elas, o baixo custo de energia para carregamento e manutenção, a alta eficiência do motor, a baixa emissão de ruídos e nenhuma emissão de gases poluentes. “As desvantagens ainda ficam por conta da autonomia, embora já existam modelos competitivos com os carros convencionais, tempo de carregamento e baixa oferta de pontos de recarga. A boa notícia é que houve avanços significativos nestes três aspectos, nos últimos anos, e a tendência é evoluir ainda mais”, finalizou.
O impacto das transformações em termos de transporte coletivo e mobilidade urbana que a eletrificação pode gerar e as perspectivas quanto ao uso do veículo individual, os regramentos e as novas tecnologias trazidas por empresas como a BYD também foram abordados pelo palestrante.
Fotos: flic.kr/s/aHBqjBTft6
Por ACSP