Desaceleração da economia, juros altos e elevado endividamento das famílias trazem perspectivas menos favoráveis para as vendas de Natal

São Paulo, 15 de dezembro de 2023 - Segundo a pesquisa de intenção de compra no Natal, realizada pela ACSP/PiniOn, 42,8% dos entrevistados a nível nacional (1.647) pretendem fazer compras nesta data, enquanto 35,9% não têm intenção de dar presentes, e 21,3% ainda estão indecisos. Em relação ao ano passado, observa-se expressiva redução daqueles que manifestaram intenção de compra e leve aumento da porcentagem de entrevistados que não se manifestaram dispostos a comprar. Por sua vez, 83,4% dos consultados declarou que não antecipou as compras durante a Black Friday, o que confirma que não houve “canibalização” destas.

Do grupo de entrevistados que planejam realizar compras no período, 33,6% pretendem gastar mais do que em 2022, enquanto 41,8% desejam o contrário. Em termos do nível de gasto, a maioria (60,5%) pretende gastar entre R$ 150 e R$ 450. Na comparação com o ano passado, nota-se importante redução daqueles que pretendem gastar mais, assim como também do valor médio de gasto pretendido.

A piora dos resultados em relação à pesquisa do ano passado poderia ser explicada pela desaceleração da atividade econômica e pelo elevado grau de endividamento das famílias, num contexto de juros ainda elevados, que termina reduzindo a renda disponível para o consumo, que tem cada vez mais se concentrado em itens mais essenciais.

A pesquisa também apontou que a maioria das compras seria realizada em grandes redes do varejo (41,1%), e de forma presencial (57,1%), conforme costume no Natal. Na tabela abaixo, apresentamos as principais categorias de bens e serviços que fazem parte da intenção de compra dos entrevistados, assim como se a forma de pagamento seria à vista (dinheiro/débito, PIX) ou parcelada. É importante lembrar que mais de uma opção pode ser escolhida por cada um dos consultados.

 

Como é habitual nesta data, roupas, calçados e acessórios (45,4%) continuam sendo os principais itens da lista, e, que somados a outros de uso pessoal, tais como joias, bijuterias e perfumes, perfazem 75,9% das intenções de compra. Outros itens também tipicamente demandados, tais como boneca, outros brinquedos, decoração e enfeites, árvore e cartão de natal e alimentos para a ceia natalina também aparecem, em conjunto, com destaque (78,4%).                                                                                                            

Por sua vez, celular, computador, notebook, tablet e eletrodomésticos (televisor, micro-ondas, fogão, geladeira e máquina de lavar) apresentaram intenções de compra expressivamente mais baixas do que em 2022 (19,3% e 20,6%, respectivamente), provavelmente pelo maior valor em relação aos artigos anteriores e por serem financiados em sua maior parte com crédito, cujo custo ainda é elevado. Os juros altos também poderiam explicar a importante redução, em relação ao ano passado, da disposição geral a financiar as compras com crédito, tal como também pode ser visualizado na Tabela 1.

Em síntese, as perspectivas para as vendas de Natal a nível nacional não se configuram bastante favoráveis, apesar de não terem sofrido “canibalização” durante o período de Black Friday, em virtude da desaceleração da economia, dos juros ainda elevados e do alto grau de endividamento das famílias.

Pesquisa Estado de São Paulo e Cidade de São Paulo

De acordo com pesquisa de intenção de compra no Natal, realizada pela ACSP/PiniOn, 45,1% dos entrevistados a nível estadual (886) pretendem fazer compras nesta data, enquanto 37,5% não têm intenção de dar presentes, e 17,5% continuam indecisos. Tal como ocorreu com a pesquisa nacional, em relação ao ano passado, observa-se redução daqueles que manifestaram intenção de compra e aumento da porcentagem de entrevistados que não se manifestaram dispostos a comprar, embora em ambos casos, as variações tenham sido menos intensas do que as observadas para o País como um todo.

Por sua vez, 84,4% dos consultados declarou que não antecipou as compras durante a Black Friday, o que confirma que, a exemplo do que aconteceu na nacionalmente, não houve “canibalização” destas.

Do grupo de entrevistados que planejam realizar compras no período, 30,8% pretendem gastar mais do que em 2022, enquanto 43,6% desejam o contrário. Em termos do nível de gasto, a grande maioria (66,0%) pretende gastar entre R$ 150 e R$ 600. Na comparação com o ano passado, notam-se reduções tanto daqueles que pretendem gastar mais como os que manifestam intenção contrária.

A exemplo do que ocorreu a nível nacional, também se observa piora relativa dos resultados em relação à pesquisa realizada em 2022, em decorrência dos mesmos fatores: desaceleração da economia, juros altos e elevado grau de endividamento das famílias.

Também seguindo a mesma tendência anotada para o País como um todo, a sondagem apontou que a maioria das compras seria realizada em grandes redes do varejo (44,6%) e presencialmente (53,2%).

Na Tabela 2, apresentamos as principais categorias de bens e serviços que fazem parte da intenção de compra dos entrevistados que residem no Estado de São Paulo, assim como se a forma de pagamento seria à vista (dinheiro/débito, PIX) ou parcelada. Novamente, vale lembrar que mais de uma opção pode ser escolhida por cada um dos consultados.

Os resultados da tabela anterior seguem a tendência da pesquisa nacional. Conforme habitual no Natal, roupas, calçados e acessórios (46,2%) são os principais itens da lista que, somados a outros de uso pessoal, tais como joias, bijuterias e perfumes, perfazem 78,2% das intenções de compra. Outros itens também tipicamente demandados, tais como boneca, outros brinquedos, decoração e enfeites, árvore e cartão de natal e alimentos para a ceia natalina também aparecem, em conjunto, com destaque (83,1%).

Por sua vez, celular, computador, notebook e tablet e eletrodomésticos (televisor, micro-ondas, fogão, geladeira e máquina de lavar) apresentam intenções de compra menos expressivas (19,3% e 20,8%, respectivamente), e ainda menores do que as registradas no ano passado. Esse resultado também seria explicado por serem itens mais caros e por serem compras mais ligadas ao crédito, cujo custo ainda é elevado.

A pesquisa também permitiu obter novamente as intenções de compra de uma amostra de residentes na cidade de São Paulo (332). Em linhas gerais, os resultados desse recorte seguem as tendências estaduais, tal como mostra a Tabela 3, que contém as principais categorias de bens e serviços associados a essas intenções de compra municipais.  

Os entrevistados que residem na cidade de São Paulo também, em sua maioria, pretendem comprar presentes no Natal (45,8%), enquanto 36,0% não manifestaram intenção e 18,2% estão indecisos. Aqueles que estão propensos a comprar desejam fazê-lo em grandes redes de varejo (46,4%), presencialmente em lojas físicas (61,8%) e adquirindo itens que, em sua maioria (69,5%), custem entre R$ 150 e R$ 600, gastando menos do que no ano passado (47,3%). Tal como na pesquisa estadual, a maioria dos que participaram da sondagem (83,0%) declarou não haver antecipado compras do Natal na Black Friday.

Em síntese, tal como pode ser concluído a partir da pesquisa nacional, as perspectivas para as vendas de Natal, em termos do Estado e da Cidade de São Paulo, também se configuram como menos favoráveis, apesar de não tendo sofrido “canibalização” durante o período de Black Friday, em decorrência da desaceleração econômica, dos juros e do grau de endividamento das famílias ainda em patamares elevados. Tudo isso estaria levando os consumidores, também na época natalina, a priorizar a aquisição de itens relativamente mais essenciais.

Vale destacar, entretanto, que ainda há porcentagens significativas de consumidores indecisos nos níveis nacional, estadual e municipal em relação às compras do Natal, fornecendo uma possibilidade de melhorar as vendas para os varejistas, enquanto estes consigam criar estratégias de atração para captar esse contingente de clientes potenciais.

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Por ACSP