por Ronaldo Luiz
O Conselho do Agronegócio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), coordenado por Cesario Ramalho, recebeu, nesta segunda-feira (17), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, que destacou as oportunidades do mercado de créditos de carbono para o produtor rural brasileiro.
Segundo Leite, ancorada em boas práticas e nas áreas de mata protegidas dentro das propriedades, a agricultura brasileira tem uma das menores pegadas de carbono do mundo, sendo também parte da solução das mudanças do clima, da atual crise energética global e do desenvolvimento de uma economia verde.
Entre as oportunidades para geração de créditos de carbono sob o guarda-chuva do agro, o ministro elencou projetos de uso de resíduos agrícolas para produção de biometano/biogás, conservação de áreas de floresta nativa dentro das fazendas, pagamentos por serviços ambientais realizados pelo produtor, etc.. Neste sentido, Leite citou os Créditos de Descarbonização (CBios), peça-chave do RenovaBio [Política Nacional de Biocombustíveis] como exemplo concreto e já em curso. "Temos o desafio de internacionalizar os CBios, que será um dos nossos destaques na Conferência do Clima, onde iremos enfatizar o Brasil como o país das energias verdes."
Protecionismo ambiental
Indagado sobre a proposta em trâmite na União Europeia de restringir a importação de produtos agrícolas provenientes de desmatamento, que em sua essência não distingue o legal do ilegal, conforme rege o Código Florestal, Leite disse, primeiramente, que questões desta natureza devem ser debatidas no âmbito da OMC. "De todo modo, nossas exportações estão desconectadas de áreas de desflorestamento."
Ainda sobre esta temática, o ministro usou como exemplo os contínuos recordes nos embarques de produtos agrícolas, que, segundo ele, não seriam obtidos se o mundo não reconhecesse a sustentabilidade do agro brasileiro. "O cuidado com o meio ambiente é chave para a imagem dos nossos produtos no mercado doméstico e na comunidade internacional", lembrou Cesario Ramalho.
Etanol
No que diz respeito à mobilidade sustentável, Leite frisou que o Brasil não pode deixar de lado o etanol, que promove a descarbonização e apresenta entregas socioeconômicas, sendo uma solução nacional amplamente consolidada. "Temos também que exportar a tecnologia dos biocombustíveis, bem como mostrar as oportunidades que o etanol traz para geração de hidrogênio verde, que pode ser usado não somente nos transportes, mas também na descarbonização de parques industriais."0
Para assistir a reunião na íntegra, clique no link a seguir: https://bit.ly/3ERYU4C
Por ACSP