São Paulo, 30 de maio de 2023 — O vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Câmara, deputado federal Arnaldo Jardim, e o diretor do Instituto Pensar Agro (IPA), Christino Áureo, foram os convidados da mais recente reunião do Conselho do Agronegócio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizada nesta segunda-feira (29), em formato híbrido, sendo presencial na sede da entidade na capital paulista. Coordenado por Cesario Ramalho, o Conselho do Agro da ACSP tem como objetivo propor reflexões, que possam endereçar políticas públicas e modelos de desenvolvimento, para o agro brasileiro.
Na reunião, comandada pelo presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, os convidados discorreram sobre os desafios e oportunidades do agronegócio nacional, apresentando um sobrevoo dos principais temas da agenda do setor. Destacaram o potencial do segmento, com o Brasil sendo protagonista global em diversas cadeias produtivas, de grãos, passando por carnes, fibras, silvicultura, café, hortifrútis, chegando às energias renováveis, de biocombustíveis, etanol, biogás, biometano, até tecnologias que despontam como o hidrogênio verde.
Os avanços da tecnologia da informação na agricultura também foram destacados, assim como os ganhos de produtividade - promovendo o efeito poupa-terra -, a expansão das boas práticas no campo, entre outros atributos que culminaram para que o Brasil desenvolvesse o mais sustentável modelo tropical de produção agrícola.
Entre os desafios, os convidados pontuaram a necessidade de o País reduzir a dependência da importação de fertilizantes, a busca pela atualização da lei que rege a regulamentação dos defensivos, questões que envolvem segurança jurídica - marco temporal das terras indígenas, pacificação de pendências do Código Florestal, Direito de Propriedade etc., além de gargalos relacionados à infraestrutura logística, de transportes à armazenagem.
:: Crédito rural e Plano Safra
No que diz respeito ao tema prioritário da pauta do agro no momento, o Plano Safra, Jardim e Áureo relataram o empenho que a FPA vem tendo para demonstrar junto ao executivo federal a necessidade de um plano robusto para o setor. Segundo eles, o agro requer aproximadamente R$ 900 bilhões em financiamento para girar um ciclo de doze meses, mas o Plano Safra vem contemplando ultimamente apenas cerca de um terço desta cifra.
Neste sentido, os convidados ressaltaram recentes avanços legislativos, como a nova Lei do Agro e a criação dos Fiagros, como dispositivos que vêm conectando o produtor a recursos de fontes privadas e do mercado de capitais. "O agro cresceu tanto que não cabe mais no orçamento público, não pode mais ter esta dependência", disse Áureo, que acrescentou: "o crédito equalizado - com condições diferenciadas de juros oferecidas pelo Plano Safra - será cada vez mais escasso, ficando mais restrito ao pequeno produtor, com as demais categorias, do médio para cima tendo que recorrer ao recurso de mercado para fazer o mix, a composição do financiamento."
De acordo com o deputado Arnaldo Jardim, o setor produtivo propôs R$ 400 bilhões para o Plano Safra, mas o montante disponibilizado pelo governo federal deverá ficar em torno de R$ 300 bi. O volume para equalização - dinheiro que é usado para amortecer a taxa de juros abaixo da Selic - poderá chegar a R$ 25 bi. "Além destes pontos, no âmbito da FPA também estamos expondo a necessidade de fortalecimento da subvenção do seguro rural e de linhas de comercialização, já que o produtor passa por um momento de margens pressionadas."
Confira, no link a seguir, as imagens da reunião:
Por ACSP
