São Paulo, 27 de maio de 2024 - A reunião do Conselho do Agronegócio, desta segunda-feira, teve como palestrante o ex-governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, que falou sobre a reconstrução do RS, estado assolado pelas chuvas provocadas, entre outros fatores, pelas mudanças climáticas.
Roberto Mateus Ordine, presidente da ACSP, abriu a reunião falando da importância de promover a reconstrução do estado com o apoio de todos. “O momento é de continuarmos a demonstrar nossa solidariedade ao povo gaúcho, tão bem representado pelo governador Rigotto”.
O membro do Conselho do Agro, Ariel Mendes, que coordenou a reunião lembrou das suas origens gaúchas e como tem sido importante o Brasil inteiro se solidarizar com o RS. “O povo gaúcho é um povo lutador, que vai superar esta fase e voltar à normalidade mais forte do que sempre foi”. O coordenador da reunião destacou a importância da ACSP para o agro, com a criação do Conselho do Agronegócio, coordenado por Cesário Ramalho, que participou remotamente.
O ex-governador do RS abriu sua palestra expressando sua alegria em participar de uma reunião do Conselho do Agro, já que faz parte do Conselho Político e Social da ACSP. “Gostaria de estar presencialmente com vocês, mas aqui as condições de viagem e dos aeroportos estão bastante complicadas. Tenho certeza de que a empresa privada que cuida dos aeroportos locais terá condições de recuperá-los em breve”, apontou Rigotto.
Para o ex-governador, as chuvas no Rio Grande de Sul estão trazendo prejuízos para a economia brasileira de um modo geral. “Infelizmente, o PIB será prejudicado, principalmente quando consideramos a importância do agro”. Rigotto mostrou dados sobre a tragédia do RS, lembrando que o estado inteiro foi atingido, 497 municípios, a grande maioria impactada pelas inundações. “Na verdade, desde setembro do ano passado o estado tem sido impactado, com frequência, por chuvas e eventos climáticos extremos”, acrescentou.
De acordo com o ex-governador, o evento climático teve, só em Porto Alegre, uma precipitação de 600 ml, além do grande volume de chuva que caiu, em poucos dias, nas cidades da região metropolitana e no restante do estado. Este grande volume de chuvas provocou as inundações gigantescas dos rios. Rigotto lembrou que as precipitações de agora foram as maiores da história, atingindo 495 dos municípios do Rio Grande do Sul, o que representa 85% do estado.
O ex-governador também apresentou alguns números do impacto das chuvas no agronegócio. A produção de soja, comodities em que o RS é o estado na segunda posição em volume, deve perder algo em torno de 2 a 3 milhões de toneladas, embora já tivesse 70% da safra realizada. A produção de arroz, maior do Brasil, também foi prejudicada com uma queda em torno de 1 milhão de toneladas.
Além da produção agrícola, a avicultura e a suinocultura também foram bastante arruinadas pelas inundações. “O prejuízo está em torno de R$ 140 milhões e se agrava na medida em que a logística está praticamente paralisada com estradas principais e vicinais sem condições de uso, o que afeta o transporte de rações e do produto final”.
Sobre a reconstrução e o futuro imediato, Germano Rigotto lembrou da importância da ajuda do governo federal. O RS perdeu cerca de R$ 14 milhões e terá um custo estimado pelo governo estadual de R$ 19 milhões para a reconstrução. O ex-governador ainda lembra que existe um longo caminho pela frente, já que os meteorologistas não descartam novos episódios de eventos climáticos”, concluiu.
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Por ACSP