Por Cesario Ramalho, presidente do Conselho do Agronegócio da ACSP*
O agronegócio brasileiro uma vez mais assegurou o abastecimento interno de alimentos com volume e qualidade, bem como gerou excedentes exportáveis, que contribuem de maneira decisiva para nossa balança comercial e divisas para o País. O desafio de preços que observamos não tem relação com oferta, e sim com a necessidade de o País crescer, a fim de criar empregos e aumentar a renda da população. Nos falta também uma política governamental mais ajustada no tocante a estoques públicos de alimentos básicos, que possa atenuar oscilações inerentes ao mercado.
Do ponto de vista energético, o agro também reforçou a entrega de resultados por meio dos biocombustíveis e da geração de energia elétrica a partir da biomassa, com destaque para cana e o milho.
Os problemas, claro, não foram, nem são poucos. A despeito de preços pagos pelos produtos agrícolas apresentarem patamares satisfatórios, os custos subiram significativamente, em particular, dos insumos, com destaque para os fertilizantes. Sem contar os reajustes dos combustíveis e da energia, além de gargalos logísticos que, apesar de avanços, ainda são muitos e da elevação das taxas de juros, que interferem nos financiamentos - inclusive os vinculados ao Plano Safra.
Questões climáticas, secas e geadas, assim como pragas, também castigaram a agropecuária. As alterações do clima são evidentes e impactam o campo, com reflexos em toda cadeia produtiva subsequente. Diante deste cenário, fica absolutamente clara a necessidade de avanços no seguro rural, assim como de que investir na Ciência é o caminho para adaptação dos cultivos e pastagens às mudanças climáticas.
Sublinho que, ainda na questão ambiental, dar fim ao desmatamento ilegal é prioridade do Brasil. Sem isso, qualquer outra iniciativa em favor da proteção, conservação e restauração ambiental fica em segundo plano.
Ademais, 2022 é ano de eleições, calendário que naturalmente reforça o quadro de incertezas, mas que também é oportunidade para o agro, uma vez mais, expor sua relevância, comunicar com a sociedade seu valor e costurar alianças em favor do desenvolvimento sustentável. E nesta jornada, o Conselho do Agronegócio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) terá papel preponderante. Por isso, agradeço novamente ao presidente Alfredo Cotait pela oportunidade e todo apoio nesta missão. Contem comigo.
Por Conselho do Agronegócio