Rogério Amato é o quarto convidado especial do ciclo de debates do FJE

Rogério Pinto Coelho Amato, ex-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e coordenador-geral do Conselho Superior da Instituição, foi o quarto convidado especial no ciclo de debates do Fórum de Jovens Empreendedores (FJE), na tarde da última quarta-feira (20), na sala Abílio Borin, no 9º andar da sede. Conduzido por Wilson Victorio Rodrigues, vice-presidente da Casa e coordenador do FJE, o bate-papo teve como temática “Uma análise da ACSP e o papel do Conselho Superior”, com a participação de 15 jovens empreendedores.

Logo no início, Rodrigues deu as boas-vindas a Amato, agradecendo sua disponibilidade em falar diretamente com os participantes, que são “figuras muito qualificadas, virtuosas e com sinergia com os valores da ACSP”, e comentou que, com essa palestra, houve a abertura oficial da agenda dos trabalhos no segundo semestre. Ele ainda confidenciou que um dos netos de Guilherme Afif Domingos integrará o grupo. “O Rogério é um referencial dentro e fora desta Casa, e criou essa cultura séria de governança e compliance, liderando o Conselho Superior”, comentou o coordenador do FJE.

Amato é empresário e foi presidente da ACSP, gestão 2010-2014, e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (FACESP). Além disso, atuou, em 2006, como secretário estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo. Antes de entrar na pauta do Conselho Superior, o ex-presidente contextualizou sua biografia e, resumidamente, compartilhou sua experiência profissional após deixar a presidência da Casa, ocasião em que foi chamado por outras entidades para atuar, como no Hospital Beneficência Portuguesa (BP), em que é primeiro vice-presidente.

“Aprendi, como presidente, que você tem que pular fora [quando termina o mandato], porque ex é insuportável, um chato. Por isso me afastei [da ACSP], mas sempre me colocando à disposição para ajudar no que fosse necessário”, declarou Amato. Logo que saiu da Instituição, já foi chamado de volta para reformar o Estatuto da ACSP. “Voltei porque me pediram e, como sempre estou à disposição, retornei. E a adaptação do Estatuto foi muito importante”, sinalizou.

Para explicar o porquê desse retorno, Amato relatou que sua vida sempre esteve pautada em dedicar 1/3 de seu tempo para a comunidade, ao voluntariado, baseando-se no ímpeto e na ideia de servir. “Eu recebi isso como herança, de me dedicar não somente à minha causa, à família e aos negócios, mas para prestar serviço e, quando sou chamado, sempre tento fazer o meu melhor”, esclareceu. E foi dessa maneira que ele não somente reformou o Estatuto, como também implementou a instância do Conselho Administrativo, no caso da ACSP, o Conselho Superior, e vem desenvolvendo o compliance.

“Estamos vivenciando o compliance agora [na ACSP]. Não é tarefa fácil e esse processo não tem fim. É permanente. O começo é muito difícil, mas [quando há sua implantação] a empresa ganha mais dinheiro, as pessoas ficam mais confiantes e há perspectiva de futuro, envolvendo a participação de todos. Isso me entusiasma. Dá trabalho, às vezes dá vontade de largar tudo, mas vale a pena. Este é o momento!”, desabafou.

Entre uma explicação e outra referente à governança e compliance, Amato detalhou a importância do planejamento estratégico institucional para preservar os 130 anos da ACSP e para que a instituição esteja preparada para “este mundo acelerado”, cujas mudanças ocorrem rapidamente. “O Conselho Superior mantém os valores da Entidade e coordena o planejamento estratégico, e a ACSP está se reestruturando com ele. Seja quem for [o próximo presidente] terá que andar conforme o planejamento”, enalteceu.

Além de tratar das temáticas citadas, o coordenador-geral do Conselho Superior citou as bandeiras e causas da Associação Comercial, como o liberalismo econômico, a defesa da Lei da Aprendizagem – menor aprendiz –, o Simples Nacional, o MEI etc., e sua nova missão: a implantação do voto distrital no Brasil. “Agora é o momento de nos organizar e não nos unir”, decretou, relembrando que há no Brasil mais de 2.200 Associações Comerciais, que “formam uma teia, um grupo forte para influenciar deputados e lideranças” no sentido de pressionar para que o voto distrital seja aprovado na Câmara Federal, uma vez que o projeto já passou no Senado.

Outra pauta levantada por Amato foi uma crítica ao “tecnicismo” em detrimento das habilidades humanas. O ex-presidente sinalizou que, atualmente, a sociedade vem privilegiando a tecnologia sem se importar com o lado humano. “A tecnologia só tem sentido quando faz bem para o homem, senão não faz”, disse. Em complemento, Rodrigues concordou informando que, de acordo com pesquisa do Fórum Econômico Mundial, das 10 habilidades mais valorizadas para 2030, nove são humanas, entre elas: pensamento analítico, adaptabilidade, liderança e influência social. Somente uma diz respeito ao domínio da “Inteligência Artificial e Big Data”. “A vida de cada um é uma epopeia. É um milagre. Cada ser tem um papel importante para o todo [coletivo]. E toda pessoa é única”, complementou Amato.

Arnédio Oliveira, superintendente de Assuntos Institucionais, da ACSP, também participou do encontro e foi só elogios a Amato: “Sua gestão como presidente foi bastante rica. Com ele, nasceu o Planejamento Estratégico na ACSP. Eu aprendi muito com o Amato, que trouxe para Casa o Terceiro Setor, a Lei do Menor Aprendiz e, agora, traz a inovação com o Compliance. Um grande coordenador do Conselho Superior”.

Ao final do bate-papo, o coordenador do FJE abriu para perguntas dos jovens participantes e encerrou agradecendo, mais uma vez, a presença do convidado especial.

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Por ACSP - 22/08/2025