INFLAÇÃO ANUAL CONTINUA DESACELERANDO EM JULHO
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou alta de 0,19%, abaixo do esperado, além de ser a menor para o mês em cinco anos. Com isso, o IPCA anual (acumulada em 12 meses) desacelerou para 3,22% (ver tabela abaixo), nível ainda mais abaixo da meta oficial (4,25%) que o observado na leitura anterior.
Esses resultados se explicam pela estabilidade dos preços do grupo alimentação e bebidas, devido à maior safra agrícola, e pela queda de preços dos transportes, motivada pela redução do preço dos combustíveis. Também houve deflação nos segmentos vestuário e saúde e cuidados pessoais, refletindo, no primeiro caso, as liquidações de fim de temporada e, no segundo, a fraqueza da demanda interna.
O comportamento benigno da inflação se confirma pela evolução do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apresentou leve queda em julho (-0,01%). Essa queda, conjuntamente com a deflação das matérias primas agrícolas (IPA AGRO), também devido ao “efeito safra”, e o arrefecimento dos preços das matérias primas industriais (IPA IND), seguindo a trajetória da taxa de câmbio.
Em síntese, a inflação oficial continua abaixo da meta anual, tendência que deve manter-se ao longo dos próximos meses, devido ao alto grau de ociosidade, às baixas expectativas de inflação e à menor pressão dos preços das matérias primas em geral. Criam-se, portanto, condições favoráveis para a continuidade do ciclo de redução da taxa básica de juros, iniciado pelo Banco Central.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal
