16 DE JULHO, DIA DO COMERCIANTE

Comemora-se em 16 de Julho o Dia do Comerciante. Instituído pela Lei 2048 de 1953, a data homenageia uma das atividades mais importantes da economia: o comércio.

Não por acaso, o dia foi escolhido por ser o aniversário de José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairú, declarado patrono do comércio por sua contribuição para a “abertura dos portos às nações amigas”, feita por Dom João VI.

Com isso, acabou-se o monopólio da Metrópole nas transações com o mercado externo, e deu-se o início a independência econômica do Brasil. 

Cairú considerava o comércio entre as nações, não apenas fator de desenvolvimento, mas, sobretudo, uma atividade “civilizatória”, por contribuir para o entendimento entre os povos e propiciar o intercâmbio de conhecimentos entre diferentes culturas. 

No mercado interno, a atividade comercial é fator de integração entre as diversas regiões do país, sendo, muitas vezes, em pontos mais distantes e isolados, a única forma de contato com as áreas mais desenvolvidas e de atendimento das necessidades básicas da população.

Quem acompanhou o surgimento e desenvolvimento de novos bairros na periferia de São Paulo, observou que a expansão se deu em torno do comércio - o armazém, a padaria, a farmácia e o loja de material de construção - que forneciam o básico para as populações que chegavam.

O comércio estimula o desenvolvimento das demais atividades ao captar os desejos e as necessidades do consumidor e permite maior estabilidade à produção com a formação de estoques.

A ACSP se orgulha de ter contribuído para a grande expansão das vendas a prazo, com a criação do primeiro Serviço de Proteção ao Crédito (SCPC) no país, instrumento fundamental para a massificação do crediário.

O comércio garante a soberania do consumidor que, no entanto, somente se realiza quando existe concorrência e liberdade de escolha. O que somente é possível em uma economia aberta.

Comércio e democracia se complementam, pois em países socialistas são os burocratas que definem o que o cidadão pode consumir.

 O setor comercial ocupa bastante mão de obra. Representando, em muitos casos, a oportunidade do primeiro emprego para muitos trabalhadores e se caracteriza pela grande participação das micro e pequenas empresas.

O mercado brasileiro apresentou grande expansão nos últimos anos com a incorporação de mais de 40 milhões de   consumidores. Graças à combinação de aumento do emprego e da renda e maior oferta de crédito a juros menores e prazos mais longos de financiamento.

 O comércio respondeu ao aumento da demanda com a abertura de novas lojas, com expansão de formas mais modernas de comercialização, como os shopping-centers, as franquias e o comércio eletrônico.

 As taxas elevadas de crescimento das vendas, no entanto, permitiram que as empresas menores também se beneficiassem do aumento do mercado, mesmo em um ambiente mais competitivo. 

Infelizmente, com o surgimento da pandemia, houve entendimento equivocado da função econômica e social do comércio e algumas atividades do setor foram consideradas “não essenciais.

Os setores não afetados pelas restrições de funcionamento continuaram a crescer. O Comércio on-line, que vinha se expandindo, passou a representar alternativa às empresas afetadas e deve continuar crescendo de forma acelerada

O comércio de bairro e as micro e pequenas empresas foram os mais afetados e muitos negócios do setor fecharam. Muitos outros estão sobrevivendo com grandes dificuldades, mesmo após abertura, devido ao passivo acumulado e a concorrência das grandes empresas e do comércio digital.

A ACSP vem promovendo medidas de apoio a esse comércio que além de atender ao consumidor, contribui para o fortalecimento de sua região.

O comércio de bairro precisa se preparar para essa nova realidade que vai exigir, além da criatividade, capacidade de trabalho e coragem de assumir riscos, manter-se “antenado” para entender e atender ao “novo consumidor”.  

Acreditamos que esse comércio irá se modernizar e se recuperar aproveitando sua proximidade como a vantagem para entrega e o atendimento pessoal e cordial como diferencial.

O comércio brasileiro de uma forma geral tem respondido positivamente às mudanças que enfrentou ao longo do tempo e certamente saberá se adaptar para responder aos novos desafios.

Ao comemorar o Dia do Comerciante, a Associação Comercial de São Paulo estende sua homenagem aos empresários em geral, pois todos cumprem suas funções no comércio: a de atender, direta ou indiretamente, uma necessidade do consumidor e, com seu trabalho, contribuem para o desenvolvimento do Brasil.

Alfredo Cotait Neto,

Presidente da Associação Comercial de São Paulo

Por ACSP