Os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia vão começar a ser sentidos no comércio do Brasil. É o que prevê dados do último relatório do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
A expectativa de crescimento anual comparada com 2021 é tímida, estimada em apenas 1,6%, prejudicada pelo aumento do preço de produtos e dificuldade de acesso ao crédito. A alta do petróleo, o aumento do câmbio, o encarecimento de produtos básicos como milho e trigo e a elevação do custo do frete para o transporte dos produtos, por conta do aumento do preço dos combustíveis, trarão reflexo direto para o bolso do consumidor.
De acordo com análise do economista da ACSP, Ulisses Ruiz Gamboa, os consumidores devem começar a notar, em pouco tempo, o aumento do preço de itens como peças de vestuário, calçados e cosméticos, como resultado do embargo do Ocidente aos russos. A explicação é que estes necessitam de insumos provenientes do petróleo para produção, além das matérias-primas ficarem mais caras e o os custos do transporte mais elevados, o que causa aumento nos preços das mercadorias, mesmo as que não derivam desse insumo.
A ACSP estima que a taxa de juros básica vá para além dos 12% neste ano. “A manutenção de um ciclo de alta da taxa Selic deverá desacelerar ainda mais a atividade econômica, mantendo a taxa de desemprego em patamares elevados”, avalia Gamboa.
“O cenário de crescimento está mantido, até este momento, por conta da provável superação da pandemia ao longo do ano, e sob a hipótese de que o conflito na Ucrânia tenha rápida solução”, conclui o economista.
Por ACSP