ACSP promove debate sobre modelos de recuperação das regiões centrais de São Paulo e Rio de Janeiro

São Paulo, 28 de março de 2022 –Reunião híbrida do Conselho de Política Urbana da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que ocorreu na última quinta-feira (dia 24), contou com a presença dos secretários de urbanismo e licenciamento de São Paulo, Marcos Gadelha, e do secretário de planejamento urbano do Rio de Janeiro, Washington Fajardo, que apresentaram e debateram seus projetos de recuperação dos centros históricos das duas das mais importantes metrópoles brasileiras.

A reunião foi conduzida por Antônio Carlos Pela, vice-presidente da ACSP, que destacou a importância da presença dos secretários para promover o debate como passo importante para a recuperação do centro da cidade de São Paulo, esvaziado e degradado nas últimas décadas, por conta de uma estratégia que priorizou outras áreas da cidade.

O secretário Gadelha, que assumiu o cargo após uma experiência como subprefeito da Casa Verde e de Cachoeirinha, fez uma primeira apresentação sobre suas propostas e ideias para um projeto que possa ser colocado em prática para a recuperação do Centro da cidade. 

Responsável pelo programa Requalifica Centro, Marcos Gadelha, que lembra que assumiu o cargo como secretário no início do ano, falou sobre o andamento do plano e de eventuais mudanças que pode fazer por conta do excesso de burocracia e obstáculos que as empresas encontram para aprovar os projetos de recuperação de imóveis no centro da cidade.

Ele afirma que São Paulo, como o Rio, é um polo econômico que atrai pessoas que procuram trabalho e emprego, por exemplo. “Discussões sobre o centro de São Paulo já acontecem há muitos anos, mas o grande problema é a continuidade dos projetos”, disse. “As políticas públicas têm que ter continuidade, independentemente da administração”, complementou. 

Gadelha afirma ainda que o Plano Diretor da cidade de São Paulo é bom, mas que existe uma grande dificuldade em implementar esses projetos. “Temos um patrimônio histórico importante, mas o que percebemos é que a migração das empresas para outros locais”, declarou. “O centro de São Paulo tem vários bens tombados, exposições e um acervo cultural que deve ser considerado, inclusive como fonte de receita com o turismo.”

A região central hoje tem um adensamento menor que outras regiões de São Paulo. O secretário propõe que a cidade seja ocupada de forma adequada, reduzindo a movimentação de pessoas dos bairros às regiões centrais, utilizando a excelente infraestrutura do Centro de São Paulo. “Para isso, será necessário ativar as políticas públicas que consigam preservar e viabilizar a moradia no Centro”.

Em relação aos Projetos de Intervenção Urbana (PIUS), que fazem os estudos técnicos necessários para promover mudanças nas áreas degradadas, o secretário Gadelha acrescentou que, de acordo com demandas dos empresários da construção que atuam na região, devem ser adequados à dinâmica da realidade da cidade.  “O importante é atrairmos empresários por meio de benefícios que possam contribuir para a renovação e construção de imóveis na área”, analisou. “O retrofit é uma ferramenta fundamental para trazermos essas empresas para cá e contribuir para a renovação.”

O arquiteto Washington Fajardo, secretário municipal de planejamento urbano, do Rio de Janeiro, apresentou os principais pontos sobre o Reviver Centro, programa que tem desenvolvido as políticas públicas de recuperação do centro daquela cidade. Ele lembrou que o objetivo do programa é, principalmente, ocupar o centro. 

”Fizemos uma avaliação profunda sobre o movimento imobiliário do Rio, especialmente no centro, e concluímos que o centro ainda é importante, inclusive em relação à geração de emprego (são mais de 200 mil formais).”

Por ACSP