ACSP promove outorga do Colar Carlos de Souza Nazareth

São Paulo, 12 de julho de 2023. Na noite desta terça-feira (11), a Associação Comercial de São (ACSP), representada pelo presidente Roberto Mateus Ordine, e o vice-presidente da ACSP e coordenador do COCCID, Samir Nakhle Khoury, promoveu a outorga do Colar Carlos de Souza Nazareth.

O Colar Carlos de Souza Nazareth é uma valorosa honraria de reverência ao movimento constitucionalista de 1932, outorgada às pessoas e instituições que, pelos relevantes serviços prestados à sociedade, tornaram-se dignas de mérito e público reconhecimento.

Lembrando o slogan dessa nobre honraria “Não esmorecer, para não desmerecer!”, o presidente Ordine destacou a incisiva relação da ACSP com o movimento constitucionalista, “Como uma entidade centenária e que representa a maior comunidade de empreendedores de São Paulo, não podemos deixar de honrar o papel da ACSP para a constituição de um Estado sólido e independente, e que, naturalmente, valorize a nossa Constituição e democracia. “Acompanhei o nascimento dessa outorga, assim, tenho uma consideração e respeito muito especial por essa honraria”, contou.

O vice-presidente da ACSP e coordenador do COCCID destacou a representatividade da honraria, a qual acata um trabalho digno e de muita relevância, “que conta a história da nossa entidade e nossos associados”, disse. Samir Nakhle Khoury ainda complementou “o Colar recebe o nome de Carlos de Souza Nazareth, presidente da Associação Comercial de São Paulo durante a eclosão da Revolução de 32, a qual registrou para a história os esforços paulistas em busca de uma Constituição adequada ao País e a maior abertura democrática”.

A respectiva outorga foi reconhecida e oficializada pelo Governo do Estado de São Paulo, através do Decreto nº 48.033. de 19 de agosto de 2003.

Em nome Clube Athletico Paulistano, recebeu a homenagem, Ricardo de Almeida Gomes Cardim, vice-presidente do Paulistano, o qual expressou: “Essa honraria vem ao encontro do reconhecimento de uma instituição íntegra e balizada no apoio à liberdade constitucional, o Clube Athletico Paulistano foi uma das entidades que se colocou à disposição das autoridades paulistas”.

Representando a Universidade Presbiteriana Mackenzie, Dr. Marco Tullio de Castro Vasconcelos, reitor da Universidade reiterou, “Nossa história está intimamente vinculada à história da Revolução de 32, nosso movimento vem em linha com a força desse movimento. É imensurável o valor dessa honraria”, declarou.

E pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, recebeu a outorga do Colar Carlos de Souza Nazareth, a Profª Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfá, diretora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, momento em que salientou: “A USP teve e têm papel fundamental na luta pela liberdade e autonomia do Estado”, afirmou. A diretora da Faculdade de Medicina ainda lembrou que a USP foi criada após a Revolução Constitucionalista, “e essa criação acontece sob o preceito de que somente pela ciência, tecnologia, educação e cultura, podemos vencer”, valorizou.

O evento ainda contou com participações especiais que trouxeram elevado prestígio e simbolismo à cerimônia, dentre elas a participação do integrante do Comitê de Civismo e Cidadania (COCCID), Pedro Paulo Penna Trindade, que declamou o poema de sua autoria intitulado “Soldado Paulista”; e o depoimento dos integrantes do COCCID, Edimara de Lima e José Francisco Ferrar Luz; além de outras menções promovidas por convidados relacionados à história da Revolução de 32.

ACSP na Revolução

Em 1932, sob a presidência de Carlos de Souza Nazareth, a ACSP participou das tentativas de diálogo com o governo ao lado de outras lideranças, reivindicando respeito a SP e à autonomia do estado - o que vinha sendo negado pelo então presidente Getúlio Vargas, que revogou a Constituição e centralizou a administração política e econômica do país.

Quando ficou evidente que não havia possibilidade de acordo com Getúlio, a Associação, acompanhando o sentimento geral da população paulista, engajou-se na campanha pela defesa de uma Constituinte imediata, que culminou na deflagração da Revolução.

A entidade assumiu funções de suporte ao movimento: cuidou das finanças, da intendência e do abastecimento; colaborou para o alistamento; ajudou na captação e distribuição de donativos. Fez também a campanha "Ouro para o bem de SP", cujos recursos remanescentes foram doados à Santa Casa de Misericórdia.

Vencido no campo militar, devido à superioridade de recursos do governo federal, o Estado de SP foi vitorioso no plano moral por lutar pelo Estado e pelo Brasil. Por ter assumido a responsabilidade pela participação das classes empresariais paulistas na Revolução, Carlos de Souza Nazareth foi preso e exilado. Mas viu seus ideais vencerem, quando em 1934 foi convocada a Constituinte, pela qual ele tanto lutara.


Veja as fotos da cerimônia: https://bit.ly/3XNw5O0

Por ACSP