ACSP promove seminário antecipando debates da COP30

O Conselho do Agronegócio da ACSP realizou na segunda-feira (18), o “Seminário COP30 – uma agenda propositiva”. Iniciativa do Conselho do Agronegócio da ACSP e da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil (ADVB), o seminário reuniu empresários e especialistas que debateram algumas ideias e propostas que serão enviadas a COP30, que acontecerá em novembro, em Belém no Pará.

Participaram como palestrantes a empresária rural Teresa Vendramini, o engenheiro e professor, especialista em agro, Plinio Nastari, a especialista em meio ambiente e enviada especial do Setor Empresarial para a COP30, Marina Grossi, e o ex-secretário da agricultura de São Paulo, Francisco Graziano, que fez o papel de relator reunindo todas as propostas apresentadas no seminário. O evento debateu um conjunto de desafios e compromissos do agronegócio brasileiro, visando a construção de uma agenda sólida para ser aplicada entre a COP30 e a COP31, bem como elaborar propostas a serem encaminhadas oficialmente à organização da COP30.

Ao lado do presidente da ADVB, Miguel Ignatios e do coordenador do Conselho do Agronegócio da ACSP, Cesário Ramalho, o presidente Ordine fez a abertura do evento e reiterou sua admiração pelo setor do agro brasileiro: “É sempre com muita satisfação que participo das reuniões do nosso conselho do agro, um segmento que nos enche de esperança, em relação ao futuro do nosso País.”

Propostas
A primeira palestrante foi à empresária Tereza Vendramini, que destacou a sustentabilidade no agro: “A agricultura regenerativa brasileira vem mostrando para o mundo o interesse do Brasil em consolidar uma economia sustentável e produtiva.” Vendramini falou também sobre importância da pecuária brasileira: “O Brasil tem 12% do rebanho mundial exportando 18% da carne consumida no mundo. Precisamos preservar e ampliar a produção brasileira com a consciência de que a sustentabilidade é cada vez mais importante.” A empresária destacou também alguns desafios mais imediatos, como as mudanças climáticas, segurança jurídica com uma legislação adequada, regularização fundiária e para ela o mais importante. “Temos que investir em educação de qualidade e na formação dos trabalhadores.” A empresária está otimista com a COP 30. “Apesar dos problemas, acho que será um encontro importante”.

No limite
Para Plinio Gastar “não há mais tempo a perder”. Um dos maiores especialistas em economia sustentável do País acredita que já estamos no limite do suportável em relação às mudanças climáticas. Ele reitera que o aumento da temperatura é real e não pode ser encarado como algo que vai acontecer no futuro. “Já estamos vivendo o que estava previsto acontecer só em 2040. O problema é que as autoridades mundiais falam muito, mas não colocam em prática medidas efetivas”, disse.

Nastari contribuiu com algumas propostas que passam pela formulação de novas políticas: “Precisamos definir melhor o conceito de sustentabilidade e desenvolver políticas públicas para direcionar os agentes privados”. Ele sugeriu também que o Brasil deve levar em consideração métodos de análise mais eficientes. Para isso, ele sugere levar em consideração a fonte, a utilização da energia e a forma como ela é descartada. É o que ele chama de ciclo de vida da energia.

Sobre o agro, Nastari destaca que o País tem 80 milhões de hectares cultivados, que garantem o grande volume das exportações brasileiras do setor, que chegam a US$ 153 bilhões. Mas que por conta da tecnologia da Embrapa que transformou terras improdutivas em cultiváveis, o Brasil dispõe de mais 80 milhões de hectares disponíveis para o cultivo. Ele destacou também a importância do Etanol como alternativa de combustível que vem ocupando cada vez mais espaço.

Nastari afirmou que o Brasil deve ser mais incisivo no COP30. “Somos sempre os bonzinhos. Os países desenvolvidos também devem ser mais cobrados para a preservação das suas florestas naturais e do uso de combustíveis fósseis.”

Carbonização
A representante do empresariado na COP30 falou sobre as expectativas em torno do evento em Belém no Pará. “Esta claro que temos algumas dificuldades que estão sendo resolvidas, mas com certeza a COP 30 será uma importante oportunidade de mostrar como o País está construindo uma economia sustentável utilizando capacidade técnica e experiência em soluções sustentáveis. O Brasil tem potencial para liderar a produção de combustível à frente do processo de carbonização, mas barreiras internacionais dificultam sua expansão. É preciso obter aceitação global", disse Grossi, que também é presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

Propostas

“O Seminário COP30 – uma agenda propositiva” teve como último palestrante o ex-secretário Francisco Graziano que, atuando como relator do evento, fez um resumo das propostas feitas pelos especialistas e recebeu ainda sugestões do auditório composto em grande parte por representantes do agro negócio e especialistas.

O evento terminou com a proposta da ACSP e da ADVB criarem um comitê de acompanhamento da COP30 e promoverem novos encontros para dar continuidade ao debate sobre sustentabilidade. 

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Por ACSP - 18/08/2025