São Paulo, 3 de abril de 2024 - Em comemoração ao Dia do Jornalista, o Comitê de Civismo e Cidadania (COCCID), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizou na terça-feira (2), na sede da entidade, o debate “Ética Profissional”. O evento contou com a participação dos jornalistas Denise Campos de Toledo, economista, comentarista e entrevistadora do Jornal da Gazeta, Fábio Marckezini, pesquisador, especialista em história do audiovisual e no resgate da memória televisiva, e Douglas Nascimento, historiador, colunista do jornal Folha de S. Paulo e dirigente do Instituto São Paulo Antiga.
Na abertura do evento, o presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, saudou os presentes e destacou a importância da imprensa. “Participar das reuniões do COCCID é sempre um prazer. O Comitê de Civismo e Cidadania não só cuida da história como também faz a história aqui na Associação Comercial”, disse. “A imprensa desempenha um papel crucial, sendo fundamental para a sociedade, e são os jornalistas que, efetivamente, exercem essa função vital”.
Para o vice-presidente da ACSP e coordenador do COCCID, Samir Nakhle Khoury, “o tema em discussão é de extrema importância, uma vez que a forma de fazer jornalismo mudou com o passar dos anos, principalmente com a ascensão das redes sociais. Ou seja, ter uma cobertura jornalística baseada em princípios éticos passou a ser ainda mais fundamental”.
Durante o bate-papo, os convidados debateram diversos assuntos, tais como fake news, inteligência artificial, propagação de informações pelo whatsapp, entre outros. Fábio Marckezini falou sobre a sua preocupação com o jornalismo e com a notícia que chega à população. “Que tipo de informação a gente recebe de forma verdadeira e assertiva? Daquele jornalista que pesquisou, ouviu fontes e foi atrás da informação correta? Hoje, a gente tem, por bem ou por mal, as redes sociais e a internet, que são ferramentas maravilhosas. Temos a informação na palma da nossa mão, mas que tipo de informação a maioria da população está recebendo?
Para Douglas Nascimento, “a fake news é muito prejudicial, obviamente, ela não tem lado, é danosa para qualquer lado, mas uma coisa que eu gosto de fazer é puxar a orelha de quem consome jornalismo, porque geralmente nós que estamos do lado de cá somos atacados. A população, em geral, precisa aprender a consumir o jornalismo e o conteúdo”.
A jornalista Denise Campos de Toledo relatou os desafios da profissão em tempos de radicalismo. “O jornalismo tem sido muito desafiado nessa questão da ética nos últimos anos. É um negócio muito complicado e isso vem de uns quatro ou cinco anos para cá. Esse fenômeno coincide com a polarização da política, as coisas passam tão rápido e a gente não sabe exatamente quando que começou essa polarização. Então, de repente, você faz um trabalho e uma análise técnica e as pessoas sempre ficam buscando uma pendência do que você está falando, principalmente em economia”.
Dia do Jornalista
A data, celebrada no dia 7 de abril, foi criada oficialmente em 1931. A iniciativa de dedicar um dia aos jornalistas foi tomada pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), fundada em 7 de abril de 1908, para assegurar o direito de legitimar a profissão de jornalista. Além disso, a ABI criou o dia para homenagear o médico e jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró, morto por inimigos políticos em 1830.
Badaró era uma figura relevante no cenário da comunicação na época do Império do Brasil, ainda sob comando de D. Pedro I, e um crítico implacável da monarquia. Ele criou o Observatório Constitucional, jornal independente sobre assuntos políticos que, frequentemente, eram censurados ou escondidos pelo governo. Em 1831, Badaró foi morto por suas denúncias e ideologia oposta ao governo imperial da época.
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Por ACSP