AUXÍLIO EMERGENCIAL E OS PAGAMENTOS NO MERCADO DE CRÉDITO

“O auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal em 2020 contribuiu para a redução da inadimplência do consumidor no segundo semestre, o que foi surpreendente, porque se esperava uma explosão do endividamento com as restrições ao trabalho e a redução da renda.” Essa é a conclusão de Flávio Esteves Calife, economista responsável pela área de Indicadores e Estudos Econômicos da Boa Vista, em artigo elaborado com Rafael Calipo Ciampone, economista da Boa Vista, e publicado no Diário do Comércio.

Calife aponta que mesmo com a imunização da população, prevista para os próximos meses, o tempo de recuperação da economia como um todo deverá ser mais longo. Nesse contexto, está a discussão sobre a continuidade ou não do programa de auxílios emergenciais, que aliviou a situação financeira de muitas famílias. “Embora o auxílio tenha sido fundamental durante a pandemia, seria, no mínimo, imprudente desprezar o efeito disto sobre o resultado fiscal”, afirma o economista.

O artigo mostra o efeito do auxílio emergencial sobre as contas do governo, com forte aumento do déficit primário de abril a setembro de 2020, o que demonstra que a continuidade do programa de auxílios emergenciais, no molde atual, não seria saudável à economia como um todo. O economista diz esperar que o programa  “seja reavaliado e reduzido de forma gradual, ou se transforme em um novo programa nos moldes do bolsa família”.

De acordo com os especialistas, o auxílio governamental não foi o único responsável pela redução da inadimplência no 2º semestre de 2020, para a qual contribuíram também a postergação de dívidas dos concedentes de crédito e a redução da demanda por crédito do consumidor. O artigo conclui que não faltam desafios em 2021: retomada da atividade econômica e da agenda de reformas e privatizações, redução da dívida pública e do desemprego, inadimplência possivelmente ascendente e crédito mais escasso. Além disso, ainda existe a necessidade de manter a inflação sob controle com o já esperado aumento nos juros.

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Por ACSP