CIENTISTA POLÍTICO ALERTA PARA RISCO DE POLARIZAÇÃO EM 2022

O Conselho Político e Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu no dia 15 de março uma reunião virtual com a participação do cientista político Luiz Felipe d’Avila. Na avaliação dele, os partidos que compõem o centro precisam se unir para quebrar a polarização Lula versus Bolsonaro nas próximas eleições presidenciais.

De acordo com o cientista político, quatro nomes são capazes de unir o centro na direção de uma terceira via: o ex-juiz Sérgio Moro, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) e o apresentador Luciano Huck.

D’Avila disse que é preciso testar os nomes o mais rápido possível, no máximo até o início do segundo semestre deste ano, para haver tempo para trabalhar as propostas e tornar o candidato conhecido. “Se não formos rápidos, Lula e Ciro Gomes irão pegar uma fatia do eleitorado de centro”, alertou ele.

Presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp), Alfredo Cotait Neto informou que as entidades estão abertas para debater as propostas de uma candidatura única de centro e lembrou que a reforma tributária precisa estar entre as pautas prioritárias dessa coalizão.

Cotait lembrou também das dificuldades vividas pelo setor empresarial, que enfrenta restrições para atuar por conta da pandemia de coronavírus. “Muitas medidas para conter o vírus tinham de ser adotadas, mas algumas não têm fundamento, e desorganizaram de forma brutal a economia”, avaliou o presidente da ACSP.

O senador Heráclito Fortes, que também é coordenador do COPS da entidade, chamou a atenção para a dificuldade de se alinhar a pauta dos partidos de centro no Congresso com a visão de nação debatida por d’Avila. “Vejo um grande problema na discussão da reforma política, por exemplo, porque no Congresso, o único interesse é buscar mais recursos para os partidos”, disse.

Segundo d’Avila, o momento é positivo para a construção de uma alternativa a Bolsonaro e Lula. “Pela primeira vez percebemos a indignação da sociedade civil contra o populismo. É preciso salvar o país de um segundo turno entre Bolsonaro e Lula.”

Por ACSP