
O COCCID realizou na última terça-feira (16) reunião-evento homenageando o rádio, veículo de comunicação inventado em 1896, pelo italiano Guglielmo Marconi. Apesar das evidentes mudanças tecnológicas, o rádio vem se reinventando e mantendo uma audiência crescente, principalmente por meio da internet.
Participaram da mesa, Geraldo Nunes, o repórter aéreo; o jornalista especializado em meteorologia e comunicação empresarial, Celso Vernizzi; o escritor, roteirista e criador do método “Vend+”, Fernando Vitol; o vice-presidente da ACSP e coordenador do COCCID, Samir Nakhle Khoury; e o coordenador-adjunto do COCCID Adolfo Savelli.
UM OUVINTE REPÓRTER
Geraldo Nunes, que teve poliomielite na infância, mostrou como a doença foi tratada no Brasil desde os anos 1950, destacando sua própria experiência de vida. Apesar das dificuldades de locomoção, ele lembrou da importância de ser resiliente. “Não me conformei em ficar em casa, apesar da doença. Arranjei emprego como bancário, mas, como sempre, fui um admirador e ouvinte do rádio, e resolvi estudar Jornalismo e procurar trabalho em uma grande emissora”.
REPÓRTER AÉREO
Nunes trabalhou na Jovem Pan e na Bandeirantes, antes de ir para a rádio Eldorado onde se tornou o “Repórter Aéreo”. Além de fazer boletins para a Eldorado FM, ele era o destaque da Eldorado AM, emissora que passou por transformações radicais no final dos anos 1980, abandonando o estilo sóbrio e conservador da sua programação, para se tornar a Nova Eldorado AM, primeira rádio “All News” do Brasil. Era uma programação de notícias e serviços voltados para o paulistano, como lembra Nunes: “Fiquei fascinado com a possibilidade de fazer o noticiário do trânsito da cidade de um helicóptero. Aliás, os primeiros voos, no pequeno Robson, foram difíceis, mas acabei me acostumando. Tive uma nova visão da cidade e do trânsito de São Paulo, passando informações mais exatas que, com certeza, ajudavam muito o dia a dia do ouvinte da cidade. “No mês passado, Nunes lançou “Aventuras de um repórter aéreo”, um livro de memórias que dá um panorama da sua brilhante carreira.
HOMEM DO TEMPO
Também palestrante do evento, o jornalista especializado em Comunicação e Meteorologia, Celso Vernizzi, falou sobre a atividade da previsão do tempo no rádio, lembrando da trajetória do seu pai, Narciso Vernizzi, que, por mais de 40 anos, foi o homem do tempo da Jovem Pan. “Meu pai começou a fazer a previsão do tempo no rádio, praticamente sem nenhuma informação. Naquela época, o que existia era um relatório diário do Ministério da Agricultura, mas ele conseguiu desenvolver novas fontes e trazer credibilidade para a previsão do tempo no rádio”.
CATALISADOR
O terceiro palestrante, Fernando Vítolo é escritor, roteirista, catalisador de histórias e propósitos, e criador do método “Vend+”. Ele falou sobre como o rádio tem sobrevivido e, em muitos casos, até crescido em audiência, apesar da revolução tecnológica que transformou os veículos tradicionais. “A grande maioria dos ouvintes do rádio utiliza a internet para ouvir, ou assistir, via YouTube, a programação das principais emissoras. É a forma predominante de se ouvir rádio, hoje em dia”.
SORTEIO
Após as respostas dos palestrantes aos questionamentos de vários presentes, sobre o trabalho do radialista, o coordenador do COCCID, Samir Khoury, fez o sorteio do livro “Aventuras de um repórter aéreo” e entregou a medalha da ACSP para os palestrantes que também receberam exemplares dos livros “130 anos de ACSP, a história do comércio de São Paulo” e “O legado discreto de Marcel Solimeo” sobre o economista-chefe do Instituto de Economia Gastão Vidigal, Marcel Solimeo.
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Por ACSP - 17/09/2025