COMÉRCIO NO PÓS-PANDEMIA É TEMA DE DEBATE VIRTUAL

O debate virtual “Comércio e Consumo: considerações de futuro e impactos com a pandemia" trouxe ao centro da discussão as mudanças pelas quais as formas de consumo passaram, neste atípico ano de 2020. O evento foi promovido pelo Conselho de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Os debatedores foram Ricardo Lagreca, diretor sênior Jurídico e de Relações Governamentais no Mercado Livre, e Heliana Comin Vargas, professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU-USP) e coordenadora do LabCom.

“Agora, novamente, o comércio é protagonista de uma mudança na sociedade humana.
Nunca podemos esquecer que a humanidade sempre foi um conjunto de seres de contato e agrupamento e esta pandemia serviu para separar um pouco as pessoas. Estamos nos acostumando com isto no mundo virtual, inclusive nas compras”, disse Antonio Carlos Pela, vice-presidente da ACSP e coordenador do CPU.

Nesse contexto, a Vitrine ACSP veio ao encontro da demanda dos associados por um novo canal digital para a exposição de produtos e atendimento aos consumidores.

“Devemos ter uma mistura dos dois mundos no futuro próximo”, analisou Pela. 

Segundo Lagreca, durante a pandemia, o comércio eletrônico mundial teve um crescimento no volume de negócios que demoraria 10 anos para ocorrer em tempos normais. “É lógico que, quando o comércio se abrir totalmente, estes números não devem se manter. Mas boa parte sim, pois a experiência digital foi positiva, inclusive na nossa Fintech, uma vez que facilitou o uso do auxílio emergencial do governo”, explicou.

“É um grande desafio prever o que vai acontecer após a pandemia”, ponderou Heliana Comin Vargas. “Mas é possível dizer que a doença acelerou diversos processos que já estavam em curso. O comércio e os serviços nunca foram vistos como sendo essenciais. E agora, com esta pandemia, isto ficou notório. O fato de não podermos ir às compras nos impactou profundamente”, disse.

Ambos os participantes concordaram que o trabalho em casa deverá continuar mesmo após a pandemia e que esta será a principal mudança na forma e no lugar onde as pessoas farão compras. Mais home office gera menos fluxo de pessoas em centros comerciais, desafio que lojistas e poder público precisarão enfrentar.

Nesse aspecto, Pela explicou que a CPU da ACSP está envolvida em um estudo do uso de espaços públicos nas atividades de comércio e serviços, para auxiliar empresários, clientes e público em geral. “Queremos transformar estes espaços em locais seguros para que as pessoas possam conviver e fazer suas compras”, concluiu.

Por ACSP