
Os economistas do UBS Global Wealth Management, Luciano Telo e Solange Srour, apresentaram a palestra "Cenário Macroeconômico e Perspectivas de Investimentos em 2024", com os números e dados da economia brasileira e os cenários internacionais que, com certeza, têm um grande impacto no Brasil. Além dos convidados, participaram da mesa o presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, o economista-chefe do Instituto de Economia Gastão Vidigal, Marcel Solimeo e o coordenado do Comitê de Avaliação de Conjuntura, Edy Luiz Kogut. Esta foi a segunda reunião presencial do Comitê e foi realizada durante almoço na sede da ACSP.
Srour abriu a palestra com dados sobre juros nos Estados Unidos, por conta da influência que os dados americanos têm na economia brasileira. A especialista antecipou que o FED, o Banco Central Americano, deve promover uma queda nos juros americanos por conta da redução da inflação que chegou a 9% vai caminhar para menos de 3%.
De acordo com Srour, se deve também a fatores como volta das cadeias produtivas, um mercado de trabalho que vem desacelerando gradualmente, o que permite com os números da inflação uma queda dos juros. A economia dos Estados Unidos deve fechar o ano com crescimento em torno de 2,5%, uma desaceleração em relação ao ano anterior. Nesse sentido, a economia americana está positiva em relação aos países emergentes.
Por outro lado, ainda existem as incertezas das eleições americanas colocam na mesa a expectativa de que o Congresso pode estar dividido na próxima gestão. Donald Trump e Kamala Harris tomariam decisões diferentes, o Trump com impostos baixos e uma consequente crise fiscal, com aumento de tarifas internacionais e decorrente aumento de juros e inflação. Kamala, provavelmente pomoveria um aumento de gastos do Estado com mais subsídios e auxílios sociais. Mas ainda não está muito claro como a política econômica vai funcionar com cada candidato.
Brasil
Em relação à economia brasileira, a economista destaca a redução da inflação que deve fechar em torno de 4,3%, em 2024, dentro da metade 4,5%. “A desinflação no Brasil vem na esteira da redução da inflação global, permitindo que ela caísse no Brasil aproveitando a situação da economia que tem demonstrado mais força”, afirma Srour. Por outro lado, de acordo com a economista, o setor de serviços, mais relacionado à demanda, caiu menos e não se espera desse segmento um choque positivo nos resultado da inflação.
A economista do UBS lembra também que, “ainda é preciso avaliar se existe uma expectativa de crescimento da inflação em níveis maiores, mas tudo depende de vários fatores que devem ser observadas.” Para a economista, o PIB deve crescer algo em torno de 3% com um mercado de trabalho mais pleno, crédito maior e para a expectativa de um crescimento igual a 2024, em 2025, por conta da política fiscal mais expansionista, mercado de trabalho em crescimento e consequente aumento de renda e do consumo.
O mercado financeiro ainda olha para a política fiscal que evite a subida dos juros pelo BC. Gastos crescem até 9% em termos reais o que exigiu um novo arcabouço mais difícil de ser cumprido e a expectativa que o próximo presidente do BC mantenha a política atual para o controle da inflação.
Mercado financeiro
A expectativa da queda de juros de juros nos EUA deve fazer o mercado andar melhor, segundo o especialista em investimentos Luciano Telo do USB. “Esperamos que a partir de 18 de setembro se inicie um ciclo de juros menores. Um título de 5% por ao ano com uma inflação de 2% é bem atraente”. De acordo com Telo, o índice da Bolsa Americana tem um retorno de 17% o que a torna imbatível na entrega de um retorno interessante.
A Bolsa brasileira, por outro lado tem apresentado instabilidade e não vem mostrando bons resultados, o que leva os investidores a optar pelos fundos CDI, que têm sido o investimento mais seguro e vantajoso no Brasil. Os juros mais baixos devem contribuir para que os outros ativos possam ser mais bem rentabilizados. A Bolsa brasileira não superou e nem apresentou bons resultados, de acordo com o analista.
Por ACSP - 03/09/2024