COPS analisa eleições municipais de 2024

A reunião híbrida do Conselho Político e Social (COPS) da ACSP, realizada na manhã desta segunda-feira (4), contou com a presença de seus membros para acompanhar a palestra “Análise das eleições municipais de 2024”.

O evento teve como palestrantes Jorge Bornhausen, coordenador adjunto do COPS; Pimenta da Veiga, deputado federal de 1999 a 2003; e Roberto Brant, ministro da Previdência Social de 2001 a 2002.

Além do presidente da entidade, Roberto Mateus Ordine, e dos palestrantes, compuseram a mesa de debates o coordenador do COPS, Heráclito Fortes, e o cientista político Antônio Lavareda.

Abrindo o evento, Ordine afirmou que “as eleições municipais de 2024 destacaram a consolidação do poder dos partidos de centro e direita nas prefeituras. É fundamental ouvirmos as análises dos nossos convidados para entender como esse cenário poderá influenciar as próximas eleições de 2026 e 2028”.

Lavareda destacou que 2024 registrou a maior taxa de reeleição da história das eleições municipais brasileiras, com impressionantes 81% dos prefeitos conseguindo se reeleger. “Nas capitais, o índice também foi expressivo, atingindo 80%, a segunda maior taxa já registrada, ficando atrás apenas de 2008. Mas as implicações desses resultados para as futuras eleições presidenciais e, 2026, só devem ganhar força no final do ano que vem, devido à complexidade das alianças políticas atuais”, ressaltou.

Veiga relembrou a mudança da votação em cédulas de papel para a urna eletrônica. “A urna eletrônica trouxe segurança, inclusão e agilidade para as apurações nos 5.570 munícipios. Acho importante ressaltarmos isso porque o Brasil precisa se modificar em inúmeras coisas, mas é necessário referenciar o que existe de bom, entre eles, o sistema eleitoral”.

Brant enfatizou que as eleições municipais transcorreram sob o signo da continuidade. Venceram os que já estavam no poder, com uma taxa de reeleição acima de 80%. “É muito difícil acreditar que este índice de reeleição possa significar que todas estas vitórias sejam apenas o resultado de ótimas administrações. Em alguns casos, certamente sim, mas é improvável que o seja em todos. A verdade que transparece é que está se tornando muito difícil ser oposição”.

Ainda para Brant, o voto nos prefeitos não antecipa o voto para presidente em 2026, porém antecipa, com certeza, a composição do Congresso Nacional e, portanto, grande parte do controle do poder.

“A continuidade nas eleições municipais será, sem dúvida, amplificada nas eleições parlamentares. Os partidos que controlam a grande maioria das prefeituras elegerão a maioria dos deputados, graças ao apoio dos prefeitos e vereadores, mas também das novas emendas parlamentares e do quase monopólio que exercem sobre os fundos partidários de financiamento eleitoral. O novo Congresso de 2026 já está, em grande parte, constituído, à espera de quem será o Presidente da República. Há toda uma lógica de continuidade, mesmo quando reina insatisfação”, pontuou.

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Por ACSP