Cracolândia e degradação dos centros das grandes metrópoles do País são temas de seminário do CPU da ACSP

Da esq para dir. a secretária municipal de Segurança Urbana e Comandante Geral da Guarda Civil Metropolitana, Elza Paulina de Souza; a arquiteta e urbanista, professora titular da FAU-USP, Dra. Regina M. P. Meyer; o coordenador do CPU/ACSP, Antonio Carlos Pela; o médico patologista, professor da FMUSP e pesquisador, Dr. Paulo Saldiva; e a assessora especial do gabinete da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Isabel Pereira de Souza

São Paulo, 17 de agosto de 2022 — A expansão da região conhecia como “Cracolândia” e a degradação dos grandes centros metropolitanos foram temas do seminário promovido pelo Conselho de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), realizado nesta quarta-feira, dia 17 de agosto, na sede da entidade.

Participaram do encontro o médico Patologista, Paulo Saldiva, que discorreu sobre propostas na área de saúde pública; a secretária de Segurança Pública e Comandante da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Elza Paulina de Souza; a arquiteta, urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (FAU/USP), Dra. Regina Meyer; além da assessora especial do gabinete da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura de São Paulo, Isabel Pereira de Souza.

O coordenador do CPU, Antônio Carlos Pela, abriu o evento lembrando-se da responsabilidade da sociedade civil organizada em procurar soluções para os problemas que afetam o dia a dia de uma grande cidade como São Paulo. Ele lembra que a ACSP tem promovido várias ações para reduzir os efeitos da degradação da região central da capital paulista.

“Além de construir um abrigo para moradores de rua, melhoramos a iluminação da rua Boa Vista e do entorno do Pateo do Collegio, local onde a cidade nasceu. Contudo, ainda temos vários projetos para o centro, inclusive a criação de um centro tecnológico na região”, lembrou Pela.

A representante da secretaria de Assistência Social apresentou algumas das principais ações da prefeitura na Cracolândia e na região do centro de São Paulo, entre elas, ações de abordagem e acolhimento que tem sido realizadas pelo poder público na região. A assessora afirmou que durante a pandemia houve um aumento de 30% de moradores de rua na cidade de São Paulo:

 “É um grupo bastante heterogêneo, formado por usuários de drogas e álcool, desempregados que não usam droga e que perderam suas casas e formado até por quem ainda tem algum vínculo com a periferia, mas acaba morando no centro por conta da proximidade com os traficantes de crack e outras drogas”, comentou.

Isabel falou também sobre como funcionam os programas Redenção que, através do Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica (SIAT), promove ações de diversas secretariais municipais com o objetivo de atender a população de rua.

A comandante da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Elza Paulino de Souza, dissertou sobre o desafio de enfrentar o crime organizado na cidade de São Paulo. Ela explica que a Guarda Civil tem uma função fundamental de apoiar as ações das Polícias Militares e Civil trabalhando integradas numa só política de segurança para a cidade.

“O crime organizado trabalha de forma planejada, mas a Guarda tem realizado grandes apreensões de drogas na região do centro de São Paulo e tem enfrentado o desafio de conter a criminalidade no espaço urbano de uma metrópole”, afirmou.

A arquiteta, urbanista e professora Regina Meyer, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), discorreu sobre a importância do urbanismo para propor soluções para o problema da Cracolândia e a degradação do Centro.

“É importante entender a origem e porque a Cracolândia se instalou e progrediu no Centro de São Paulo. Na verdade, podemos concluir que a periferia se mudou para o centro da capital, degradando áreas que antes eram habitadas pela elite”.

Meyer afirma, ainda, que “São Paulo está doente e o trabalho da ACSP tem sido fundamental para que todos os setores possam contribuir para a solução”, completou.

Fechando as apresentações, o médico patologista Paulo Saldiva falou sobre os motivos que levam as pessoas a irem morar nas ruas. O médico lembra que, além do uso de drogas e, evidentemente, dos problemas econômicos, cerca de 12% dos moradores das ruas da metrópole têm problemas psiquiátricos e já chegaram a ser internados.

“Além da migração e dificuldades econômicas, a pandemia também impactou no crescimento do número de moradores de rua na cidade. Tinhamos um crescimento anual de 5% no número de moradores de rua, e no último levantamento detectamos um aumento de 30%”, indicou Saldiva.

Para o patologista da Universidade de São Paulo (USP), a academia precisa participar de forma mais efetiva dos projetos e estudos que procuram soluções para a Cracolândia e a degradação do centro. “Estudos e pesquisas da universidade podem avaliar a eficiência das políticas públicas. O problema é complexo, mas tenho certeza de que podemos achar soluções criativas e eficientes como já aconteceu em outros países”, complementou.

No link a seguir, você pode conferir imagens do seminário promovido pelo CPU da ACSP na sede da entidade: https://bit.ly/3ppvfGP

 

Por ACSP