O economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, Dr. Marcel Solimeo, está completando 57 anos de dedicação à entidade. Uma longeva história que teve início em 11 de Setembro de 1963 no Instituto de Economia “Gastão Vidigal”.
Nesse período, ele trabalhou na ACSP com 13 presidentes, “aos quais servi sempre com lealdade e dedicação, conseguindo o respeito de todos, o que muito me orgulha”. O dr. Marcel lembra ter convivido com centenas de diretores, conselheiros e companheiros de trabalho, o que lhe permitiu formar uma grande quantidade de amigos, muitos dos quais já falecidos, mas que permanecem em suas lembranças.
Quando entrou na Associação, o Brasil começava um processo de transformação de um país agrário, com quase 70% da população na área rural, para uma nação mais urbanizada e com uma industrialização ainda incipiente.
“Trabalhar no Instituto de Economia da ACSP me possibilitou acompanhar a profunda transformação do Brasil de um posto de observação privilegiado, convivendo com os empresários, com os quais aprendi, e ainda aprendo muito. Tive a oportunidade de analisar o impacto dos acontecimentos políticos internos e externos, e dos fatos e medidas econômicas não apenas do ponto de vista macro, mas principalmente pelo ângulo das empresas e dos empresários, os verdadeiros agentes do desenvolvimento”, analisa.
Solimeo destaca as instabilidades e mudanças pelas quais o País passou ao longo dessas seis décadas. “Tivemos 13 presidentes da República, 30 ministros da Fazenda, sem contar os interinos. Os empresários tiveram que conviver com oito planos econômicos, a maioria com congelamentos de preços, intermediados, muitas vezes, por políticas erráticas que sempre intervinham no mercado. A população brasileira mostrou sua versatilidade ao conviver com oito moedas, sem contar os longos períodos de inflação elevada em que o valor do dinheiro se reduzia a cada dia.”
Questionando-se sobre a razão pela qual permaneceu tanto tempo na ACSP tendo várias oportunidades durante todos esses anos, o economista responde. “Sempre me identifiquei com os princípios e valores da entidade e acredito poder contribuir, mesmo modestamente, na defesa deles. Além do ambiente que sempre tive de respeito de todos.”
Sempre atento às tendências, o dr. Marcel ressalta que é preciso observar como o governo vai agir com relação ao aumento dos preços dos alimentos. “Aí, saberemos se o País mudou ou vai começar outra vez a ciclotimia da política econômica.”
Segundo ele, esse breve resumo é suficiente para mostrar porque o Brasil não é ainda uma nação desenvolvida.
A ACSP é grata ao trabalho do Dr. Marcel Solimeo e à sua valiosa contribuição em defesa dos interesses da Associação e da livre iniciativa.
Por ACSP